Após quase seis anos de contrato, a Prefeitura Municipal de Campo Grande confirmou ontem (12), por meio da UGP (Unidade Gestora do Programa), o fim do Programa Reviva Campo Grande, que não só requalificou a rua 14 de Julho e mais de 100 quadras da região central, como também implantou projetos de moradia social. Mesmo com os esforços, o déficit atual é de 13 mil famílias que seguem na lista da Agência Municipal de Habitação. Quanto às obras que ainda seguem sendo executadas, estão três grandes projetos de moradia: a Vila dos Idosos, o Residencial do Cabreúva e o último, o Residencial do Reviva, na avenida Fernando Corrêa da Costa.
Conforme a Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), o Cadastro Geral de Habitação na Capital passou, neste ano, por uma revalidação. Com isso, 8,4 mil famílias fizeram o recadastramento. Em Campo Grande, atualmente, o número do déficit de moradias é de cerca de 13 mil unidades. Para a prefeita Adriane Lopes, um dos compromissos de sua gestão foi a de analisar e acompanhar de perto os trabalhos do projeto.
“Desde que assumimos a gestão, há 18 meses, passamos a conferir de perto o andamento de todas as obras de Campo Grande, em especial as do Reviva, por ser um projeto que impacta a vida das pessoas e dos comerciantes do Centro. Nesse tempo de gestão, imprimimos a nossa marca e desenvolvemos ações que fomentam o Desenvolvimento Econômico da Capital. Este projeto teve como prioridade alguns requisitos necessários, como, por exemplo, as moradias e novos usos comerciais, fatores importantes para que possa dar vida à área central durante o dia e à noite, utilizando toda esta infraestrutura aplicada na área central de forma plena pelos campo-grandenses. O Centro foi todo modernizado, com segurança, rede de fibra óptica, iluminação em LED, mobiliário e tantas outras vantagens”, pontuou a prefeita.
Com recursos do Reviva, a construção da Vila dos Idosos avança no cruzamento da avenida Fernando Corrêa da Costa com a rua Anhanduí, próximo ao Horto Florestal, iniciando a execução das paredes em alguns blocos.
Em maio deste ano, a Prefeitura assinou o contrato da primeira etapa para a construção de 792 apartamentos, que farão parte do Condomínio Belas Artes, no Cabreúva. A empresa vencedora do certame, Cesari Engenharia, iniciou as obras das primeiras 256 unidades.
A última ação, publicada na segunda-feira (11), foi o chamamento público para propostas para a construção de unidades habitacionais na avenida Fernando Corrêa da Costa, o Residencial Reviva, para construir 200 moradias.
Opiniões
Michele Moranga, gerente de vendas de uma floricultura, na avenida Fernando Corrêa, próxima ao Residencial Reviva, explica que as novas residências serão bem-vindas.
“Está na hora de mudanças. Sem contar que a região será ainda mais valorizada.”
A equipe do jornal O Estado percorreu a rua 14 de Julho e dezenas de prédios com placas de aluga-se ou vende-se foram encontrados. Comerciantes reclamam de aluguéis caros e citam que manter as lojas funcionando é complicado.
Recentemente, a Câmara Municipal discutiu a criação de um corredor cultural e gastronômico na rua 14 de Julho.
Dívida até 2042
Uma das heranças deixadas pelo ex-prefeito Marquinhos Trad foi a dívida com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre o financiamento do Reviva. Conforme anunciado anteriormente pelo jornal O Estado, o empréstimo feito foi de 56 milhões de dólares e a amortização da dívida começou a ser feita em setembro de 2022. O município já pagou US$ 3.314.949,36, referente a três parcelas do contratado. O valor da parcela é fixado em 985 mil dólares e são duas por ano [nos meses de março e setembro]. A terceira parcela venceu em setembro deste ano. O financiamento feito em dólares encarece o projeto e ainda deixou uma conta a pagar até 2042, ou seja, para as próximas seis legislaturas.
De cara nova
O Programa Reviva Campo Grande começou com a revitalização da rua 14 de Julho, em junho de 2018. A empresa Engepar Engenharia venceu a licitação, pelo custo de R$ 49,2 milhões, mas o contrato milionário precisou de um termo aditivo e passou a custar mais de R$ 60,4 milhões.
A obra teve duração de 17 meses e foi planejada com o conceito de devolver a rua aos pedestres, tirando da 14 de Julho o status de via de passagem, com a proposta de fazer com que o cidadão tenha prazer em realizar suas compras, podendo andar com tranquilidade, sem concorrer com os carros.
Além da requalificação de dez quadras da rua 14 de Julho, entre as avenidas Fernando Corrêa da Costa e Mato Grosso, o Reviva Campo Grande fez investimentos nas vias transversais, da avenida Calógeras até a rua Padre João Crippa, e da avenida Fernando Corrêa até a Mato Grosso. As ruas passaram por intervenções no calçamento, pavimento, iluminação pública e paisagismo, junto à revitalização do Corredor de Transporte da Rui Barbosa. Essa etapa foi entregue no ano passado.
O investimento foi de R$ 100 milhões, na execução de 30 km de recapeamento e reconstrução de 35 km de calçadas, adaptadas às regras de acessibilidade. Todo o perímetro onde foram feitas melhorias também recebeu nova sinalização de trânsito, o plantio de 1.711 árvores, iluminação pública e asfalto.
Por – Thays Schneider e Michelly Perez
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