Retomada do Programa Mais Médicos promete fomentar a saúde em MS

mais médicos
Foto: Reprodução

Sesau destaca que medida pode beneficiar a população dos municípios do interior do Estado

Na última quarta-feira (4), o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Nésio Fernandes, afirmou que o Programa Mais Médicos será retomado. Segundo ele, a prioridade será para profissionais brasileiros. O programa lançado em 2013 busca aumentar o número de profissionais de saúde, especialmente no interior brasileiro. 

Atualmente, conforme informações da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), em Campo Grande são sete profissionais do Mais Médicos atuando nas seguintes USFs (Unidades de Saúde da Família): USF Macaúbas, USF Alves Pereira, USF Jardim Botafogo, USF São Conrado, USF Tarumã e USF Sírio-Libanês. 

De acordo com a secretária adjunta da Sesau, Rosana Leite, o Brasil já é um país de referência quando se trata de quantidade de escolas de Medicina, mas a retomada do programa vai ser importante para levar profissionais de Medicina para os municípios do interior. “Quando o programa surgiu, nós tínhamos uma quantidade de médicos muito baixa e de fato, existia a necessidade de um programa, principalmente para incentivar a fixação nos municípios com muita deficiência e Campo Grande em 2016 e 2017 tinha um deficit de médicos”, afirmou.

Para Rosana, que foi secretária extraordinária de enfrentamento à COVID-19 do Ministério da Saúde, o Programa Mais Médicos envolveu não só trazer mais médicos, como também ampliar as escolas de Medicina. “Hoje temos um número até além do recomendado pelas entidades educacionais mundiais”, destacou.

A secretária adjunta ressaltou que existem algumas regiões, como as do interior da Capital, em que é mais difícil aumentar a quantidade de médicos, tendo em vista as dificuldades orçamentárias. “São diversos os fatores que aumentam essa dificuldade, por isso, se preenchermos os critérios necessários, nós apoiaremos”, disse.

Durante a entrevista, a adjunta da Sesau ainda relembrou os avanços que seguem sendo consolidados pela saúde de Campo Grande, como, por exemplo, o processo seletivo para o Programa de Residência Médica. Criado em 2017, o programa voltado para a Medicina de Família e Comunidade já formou 38 especialistas na área e hoje é considerado uma referência nacional para a formação desses profissionais. Somente neste ano, tiveram mais de 700 candidatos inscritos de 13 estados do país.

A Residência Multiprofissional em Saúde da Família  da Sesau foi credenciada e autorizada pelo Ministério da Educação em 2019, tendo então iniciado a primeira turma em março de 2020. Formaram-se na primeira turma 68 especialistas: Educação Física (5), Enfermagem (30), Farmácia (12), Fisioterapia (3), Odontologia  (10), Psicologia (2) e Serviço Social (6). Atualmente, o município conta com 65 residentes atuando em 11 Unidades de Saúde da Família espalhadas pela cidade e, nos últimos anos, houve um incremento no número de preceptores, com isso aumentou a oferta de vagas nessa especialidade.

Baixa prescrição de Paxlovid era esperada

Conforme noticiado na edição do último sábado (7), o médico infectologista Júlio Croda informou ao jornal O Estado que mortes de pessoas, principalmente de idosos, por COVID-19 poderiam ser evitadas caso a medicação aprovada pela Anvisa, Paxlovid (Nirmatrelvir/ Ritonavir) fosse distribuída pela regulação. Segundo informações repassadas pela Secretaria de Estado de Saúde, dos 69 pacientes que já receberam o medicamento para o tratamento do novo coronavírus, estão moradores dos seguintes municípios: Campo Grande, Itaporã, Amambai, Eldorado, Três Lagoas, Porto Murtinho e Dourados. 

Para a secretária adjunta da Sesau, a baixa prescrição do medicamento Paxlovid já era esperada. O medicamento foi autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para venda em farmácias e utilizado no tratamento contra a doença. 

“Na época em que eu estava na secretaria de enfrentamento à COVID, a Anvisa fez a liberação e tem muita restrição de uso e é indicado para as pessoas que podem desenvolver, pra mim isso era o esperado”, afirmou. 

Ela ainda ressaltou que existem muitas contraindicações, então é utilizado em pacientes específicos. “Não fizemos parte desse processo de compra, mas a quantidade foi até além do que havíamos programado”, ressaltou Rosana.

Sem previsão para novas doses infantis

Questionada pelo jornal O Estado sobre o baixo estoque de vacinas infantis contra COVID, Rosana Leite afirmou que o Ministério da Saúde não tem previsão de enviar novas doses de vacina infantil para Mato Grosso do Sul. O Ministério da Saúde assinou um aditivo para mais 750 mil doses do imunizante do Instituto Butantan. Segundo a pasta, um novo contrato deve ser assinado nos próximos dias, totalizando 2,6 milhões de doses da CoronaVac. 

“Já entramos esta semana em contato e não há previsão. Embora tenham liberado a dose de reforço, até achamos estranho eles liberaram a dose de reforço sendo que não há vacinas. Não colocaram nenhuma probabilidade”, reforçou. 

Na sexta-feira (6), o Ministério da Saúde divulgou que o governo negocia a antecipação de remessas previstas para o fim de janeiro. Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, a expectativa é de antecipar remessas de 3,2 milhões de doses para o público entre 6 meses e 4 anos, e outras 4,5 milhões de doses para o público entre 4 e 11 anos.

Tamires Santana  – Jornal O Estado do MS.

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