A volta do funcionamento dos radares em Campo Grande completa dois anos nesta segunda-feira (7) e, com eles, o número de mortes no trânsito caiu 30%. A comparação foi feita de janeiro até o dia 4 de dezembro de 2020, com o mesmo período de 2018, ano em que os aparelhos da antiga empresa que prestava os serviços foram retirados.
Os aparelhos de fiscalização eletrônica estavam sem funcionar desde 2016 na Capital. No entanto, o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine Bruno de Lima, afirmou que, como os equipamentos ainda estavam nos locais, os condutores respeitavam o limite de 50 km/h com medo de serem multados.
“Quando assumimos a Agetran, os aparelhos estavam todos desligados, mas os condutores, achando que seria uma pegadinha nossa, respeitavam e passavam dentro do permitido. Mas ficou claro com o retorno e com essa redução de 35% que os controladores de velocidade são fundamentais e ajudam na redução
de acidente e de mortes”, assegurou.
Conforme a lista disponível no site da Agetran, em toda a cidade são 73 equipamentos espalhados por 26 ruas. Os primeiros foram reinstalados no dia 7 de dezembro de 2018 e os últimos no dia 19 de setembro do ano passado. Conforme Janine, até então, a quantidade é suficiente para atender a Capital.“É realizado um estudo
técnico para saber os pontos que devemos instalar os equipamentos para controle da velocidade. Por enquanto, não tem mais nenhum ponto sendo estudado, está tudo sobre controle”, afirmou.
Conforme estatísticas da Agetran, até a última quinta-feira (4) já haviam sido registradas 61 mortes. Em 2018, ao todo, foram registradas 87 mortes. Já no ano passado, foram registradas 72 mortes. Uma redução de 15% se comparadas com este ano. A queda de 2018 para 2019 foi de 17%.
A Avenida Afonso Pena é a que mais tem radares. São dez equipamentos, mas ela também é a via com maior número de acidentes, um total de 300. Neste ano, até o dia 4 de dezembro, já foram registrados 7,9 mil acidentes, e destes, 3,3 mil com vítimas. Até então, fevereiro foi o mês que teve mais acidentes, ao todo, 904.
A chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran, Ivanise Rotta, frisou justamente que os radares são essenciais para queda de acidentes e, consequentemente, de mortes, mas que eles não garantem o cumprimento por parte dos condutores.
“Eles podem ser ultrapassados pelo infrator, como no caso que nós já tivemos bem em cima do radar de um condutor que atropelou um pedestre na região da Avenida Bandeiras. Então, enquanto os condutores não perceberem o quanto que é andar a 50 km/h, que é essencial para evitar acidentes e mortes, não vão conseguir obedecer a essa lei. O excesso de velocidade é o principal fator de risco em Campo Grande quando falamos em acidente e mortes e, muitas vezes, ainda tem o álcool associado”, ressaltou.
Motociclistas são 73% das mortes
Das 61 pessoas que perderam a vida no trânsito da Capital neste ano, 45 eram motociclistas, ou seja, 73% das mortes. E esse número já esta igual ao registrado em todo o ano passado: das 72 mortes, 45 foram de motociclistas. Em 2018, 49 das 87 mortes foram de motociclistas.
Ivanise Rotta, chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), explicou que o número de motociclistas que morrem está diretamente ligado à vulnerabilidade deles. “O motociclista é tão vulnerável quanto o pedestre e quanto o ciclista, porém ele tem a velocidade associada. Então, o motociclista, estando certo ou errado, ele sempre vai levar a pior, ou ele vai ter um acidente fatal ou vai se lesionar gravemente”, disse.
(Texto: Rafaela Alves)