Em cinco meses, secretário de Segurança destaca que apreensões representam 65% do quantitativo de 2021
Mato Grosso do Sul conta com três estações de radares da FAB (Força Aérea Brasileira), instaladas em Corumbá, Porto Murtinho e Ponta Porã, para controle do tráfego de aeronaves sem planos de voo e em baixa altitude na região de fronteira com o Paraguai. Com as estações em pleno funcionamento, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, afirmou, em entrevista ao jornal O Estado, que os criminosos foram “forçados” a mudar a forma de transportar drogas, principalmente cocaína, no Estado.
“Os radares que fiscalizam o espaço aéreo brasileiro forçaram o crime organizado a migrar, principalmente o transporte de cocaína, para as rodovias e hidrovias. No caso do transporte terrestre, eles aproveitam da grande malha rodoviária que nós temos na nossa permeável fronteira. Então muito do que era transportado pelo ar, hoje está sendo transportado pela rodovia e pelos rios”, assegurou.
As três estações da FAB começaram a funcionar em 2020 quando a primeira, instalada em Corumbá, foi inaugurada no mês de agosto daquele ano. A segunda foi a de Porto Murtinho, em março do ano passado, e na sequência, em junho, foi inaugurada a de Ponta Porã, terceira estação do Estado. Ao todo foram investidos mais de R$ 127 milhões nos três sistemas, que fecham a vigilância do espaço aéreo do Estado.
Com essa alteração das organizações criminosas, inclusive, aumentaram as apreensões de cocaína em Mato Grosso do Sul. Conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), em cinco meses deste ano, de janeiro a 25 de maio, já foram apreendidas mais de quatro toneladas.
O total representa 65% de toda a quantidade apreendida da droga no ano passado, quando foram interceptadas mais de 6,1 toneladas de cocaína. “Nós temos a Operação Hórus intensificada nas nossas vias e rodovias e a malha sendo mais bem fiscalizada você consegue reprimir essa modalidade, principalmente, o tráfego de drogas. Recentemente, mesmo, nós tivemos a apreensão de 500 quilos de cocaína feita pela Polícia Militar em Coxim”, disse.
Operação Divisas Integradas
A Sejusp, por meio do GGI – FRON – DIV (Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras e Divisas), deflagrou do dia 24 a 29 de maio a Operação Divisas Integradas VI – Campo Seguro, com o objetivo de coibir o crime organizado no Estado. Foram montados pontos fixos e móveis nas divisas com os estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.
Conforme balanço divulgado pela pasta, durante a ação, que envolveu um efeito de mais de 1.600 policiais e agentes e 563 viaturas, foram apreendidas mais de três toneladas de drogas, 104 pessoas foram presas, sendo 74 delas em flagrante, vistoriados mais de 10,1 mil veículos e 12.971 pessoas abordadas.
Participaram da Operação Divisas Integradas VI, a Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Técnica, DOF (Departamento de Operações de Fronteira), PRF (Polícia Rodoviária Federal), Polícia Federal, RFB (Receita Federal do Brasil), Coordenadoria-Geral de Perícias, CGPA (Coordenadoria-Geral de Patrulhamento Aéreo), Órgãos de Inteligência Estaduais, Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) e Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal).
Inclusive, foi a primeira participação da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal. Durante a operação os agentes da Iagro vistoriaram mais de 366 mil animais e expediram 37 autos de infração nos locais onde encontraram irregularidades.
Texto: Rafaela Alves – Jornal O Estado MS.
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