Proprietários de ciclomotores têm até 2025 para regularizar Certificação de Adequação a Legislação

ciclomotor
Foto: Nilson Figueiredo

Vendedores de bicicletas elétricas e ciclomotores citam influência do aumento no preço dos combustíveis 

A procura por bicicletas elétricas têm aumentado, o gerente de vendas, da loja que vende veículos elétricos, aponta que os principais motivos são o aumento do combustível e a praticidade do condutor em guiar o veículo. O Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) orienta a população ao uso adequado de bicicletas e ciclomotores.

“A minha demanda aqui na loja aumentou bastante, porque assim, o que é meu público aqui na loja é classe C, classe B, então pelo valor econômico o que mais sai são as motinhas, 50 cilindradas. A bicicleta elétrica ganhou muita força, com o aumento do preço do combustível, que vem crescendo gradativamente pouquinho, mas que já faz uma diferença para o consumidor, então as bicicletas vieram alavancar um pouco a venda, isso somente neste começo de ano”, revela o gerente de vendas Paulo Cristiano Cardoso.

A recomendação ao conduzir bicicletas convencionais e elétricas é o uso de capacete de ciclismo, luvas e óculos de proteção. A circulação da bicicleta elétrica é a mesma da bicicleta convencional, por ciclovia ou ciclofaixa, e, quando não houver, nos bordos da pista, no mesmo sentido de circulação dos demais veículos. Nesse caso, não há necessidade de habilitação do condutor, idade mínima ou obrigatoriedade de registro do veículo.

A grande diferença dos dois veículos, elétrico e não elétrico, conforme a Resolução 996, é que as bicicletas elétricas têm motor de até mil watts de potência e o auxílio do motor até a velocidade de 32Km/h. “Ao atingir 32 km/h o motor para de ajudar, mas se o ciclista pedalar mais, a velocidade pode aumentar”, explica a Gestora de Atividades de Trânsito do Detran-MS, Elijane Coelho.

Paulo continua prevendo que o futuro é desses veículos elétricos, que estão saindo bastante na loja, além do baixo custo, a praticidade de ir e vir com esse meio de transporte faz com que os condutores invistam nesse modelo. “O nosso futuro são as motos elétricas, o carro elétrico, a moto elétrica ainda tem uma saída muito menor, ela se vende, mas nada comparado com uma bicicleta, que é o carro-chefe de venda hoje aqui na loja. Eu percebi aqui que, além do design, as pessoas compram pela praticidade, facilidade e o custo-benefício, uma bicicleta elétrica é na mesma base do que uma moto, ela é um meio de transporte rápido, barato e econômico, então eu acredito que isso é a tendência” aposta o vendedor.

Por outro lado, ciclomotores necessitam que o condutor possua CNH ou ACC e equipamentos de segurança iguais aos de motocicletas. Além disso, proprietários dos ciclomotores têm o prazo até dezembro de 2025 para providenciar o CAT (Certificado de Adequação a Legislação de Trânsito) e o código específico marca/modelo/versão, sem esses registros os mesmos ficarão impedidos de circular em via pública.

No ano passado, conforme publicado no Diário Oficial da União do dia 22 de junho, as medidas definiram a classificação para cada tipo de veículo e as exigências para circulação de cada um deles. A principal novidade está relacionada ao cadastramento e registro, e conforme a diretora de veículos, Priscila Rezende, a resolução veio para reunir e deixar mais claro o assunto tratado por outras duas resoluções anteriores.

“Dentre as características vale salientar a do ciclomotor, sendo elétrico caso tenha potência superior a 1000w e até 4000W; à combustão quando tiver até 50 cilindradas, além da velocidade máxima de 50 km/h. Quando aplicamos essas excludentes, chegamos ao tipo ciclomotor que passa a ser obrigatório o cadastramento, registro e licenciamento, junto aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do DF, conforme os artigos 13 e 14”, pontua.

A Gestora de Atividades de Trânsito do Detran-MS, Elijane Coelho explica que é preciso distinguir os tipos de veículos elétricos de duas rodas. Se o veículo de duas rodas tem acelerador manual, não é bicicleta elétrica.

“Os veículos podem ter pedal, ter uma baixa potência, mas se possui acelerador manual, são ciclomotores. Essa é a grande dúvida dos condutores, muitos desses ciclomotores são oferecidos como bicicletas elétricas ou autopropelidos, mas não são”, explica Elijane.

Casos Fatais

Somente este ano, no mês de fevereiro, acidentes envolvendo bicicleta elétrica fez duas vítimas fatais. A primeira foi no começo do mês, no dia 6, quando uma mulher de 43 anos conduzia o veículo na Avenida Ernesto Geisel, próximo ao Ginásio Guanandizão, região do Bairro Amambai. Testemunhas viram que o pneu dianteiro da bicicleta elétrica travou e então a mulher caiu e bateu a cabeça no chão, perdendo muito sangue e morrendo no local.

O caso mais recente foi do Emerson Jesus Antunes Braga, de 35 anos, que morreu na segunda-feira (19) após colidir com uma bicicleta elétrica. O caso aconteceu na Avenida Doutor Euler de Azevedo, o rapaz seguia para o trabalho numa motocicleta quando bateu na bicicleta elétrica que era conduzida por um idoso de 70 anos. O motociclista não resistiu aos ferimentos e veio a óbito minutos depois, ainda no local. O idoso foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o hospital.

Por Inez Nazira.

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