Dados da Fenabrave mostram alta de 6,47% nas vendas realizadas no Estado
A venda de carros em Mato Grosso do Sul obteve aumento de 6,47%, entre maio e junho, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). A alta acontece em decorrência do programa Carro Zero com Desconto, lançado pelo governo federal, no início do mês passado. O percentual representa 1.654 veículos contra 1.761, em junho. Se comparar os meses de junho, a alta é de 20,12%, sendo 1.466 no ano passado e 1.761 neste ano. No acumulado deste ano foram 9.130 automóveis vendidos.
Ao jornal O Estado, a Fenabrave destaca sobre a ação do governo federal, que beneficia quem mais demanda, os consumidores. “Até a publicação da medida provisória, em 6 de junho, os consumidores estavam em compasso de espera, pois o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) havia anunciado, em 25 de maio, que algum incentivo seria oferecido, em breve. Após a publicação, houve o tempo de troca de notas fiscais entre concessionárias e montadoras, a habilitação das montadoras aos créditos tributários e, enfim, o início do atendimento aos pedidos dos clientes, que foram os mais beneficiados com a medida, que era o nosso principal objetivo, já que o consumidor final foi quem mais perdeu poder de compra nos últimos anos”, observou presidente Andreta Júnior.
Redução nos preços dos automóveis
O programa de redução de preço dos automóveis e de incentivo à renovação da frota de caminhões e ônibus foi construído pelo MDIC e pelo Ministério da Fazenda. Trata-se de uma ação de curto prazo, com objetivo de atenuar a crise em um setor que corresponde a 20% do PIB da indústria de transformação e está com 50% de sua capacidade instalada ociosa.
O programa termina quando os recursos disponíveis acabarem. A medida provisória nº 1.175/23, editada pelo governo federal em 5 de junho, dispôs de descontos para o patrocínio na aquisição de veículos sustentáveis. A iniciativa visava aquecer o mercado de automóveis e comerciais leves de até R$ 120 mil, que demonstra, no atual momento, sua curva de recuperação.
No dia 30 de junho, foi publicada a MP 1178/23, que destina mais R$ 300 milhões para a compra de veículos com desconto patrocinado pelo governo. Com a nova MP, o orçamento do programa para a aquisição de veículos com preços mais baixos sobe de R$ 500 milhões para R$ 800 milhões. O teto de crédito para ônibus e caminhões segue o mesmo (R$ 1 bilhão, no total).
Nos carros, os descontos patrocinados pelo governo vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil e são válidos para veículos novos com preços de mercado de até R$ 120 mil. As montadoras podem aplicar descontos adicionais por conta própria, como vem ocorrendo. No caso dos caminhões e ônibus, os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil.
As nove montadoras de carros que aderiram ao programa são Renault, Volkswagen, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, General Motors, Fiat e Peugeot, totalizando 31 modelos e 233 versões de carros. As empresas do setor que aplicarem o desconto na venda ao consumidor receberão um crédito tributário, ou seja, poderão abater os valores de impostos devidos ao governo. Para definir os descontos dos automóveis, o MDIC considerou três fatores: maior eficiência energética, maior densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno) e menor preço. Quanto maior a soma do carro nesses fatores, maior o desconto. A lista é dinâmica, ou seja, as montadoras podem, a qualquer momento, incluir outros modelos, desde que comuniquem o MDIC.
No caso dos ônibus, houve adesão de nove montadoras: Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Mercedes-Benz Cars & Vans, Comil, Ciferal, Marcopolo, Volare e Iveco. Quanto aos caminhões, a adesão partiu de dez montadoras, são elas: Volkswagen Truck, Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Peugeot Citroen, Volvo, Ford, Iveco, Mercedes- -Benz Cars & Vans e Daf Caminhões.
Para caminhões e ônibus novos, o escalonamento segue apenas o critério do preço e em proporção inversa ao usado nos carros, ou seja, os descontos aumentam conforme os veículos vão ficando mais caros. Podem ser adquiridos modelos leves, semileves, médios, semipesados e pesados; e ônibus urbanos e rodoviários.
Para participar do programa, a pessoa ou empresa interessada precisa entregar à concessionária um caminhão, ou ônibus com mais de 20 anos de uso. Os veículos velhos devem ser encaminhados a recicladoras cadastradas nos Detrans.
[Julisandy Ferreira– O ESTADO DE MS]
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