Professores protestam contra edital que reduz direitos em Campo Grande

Foto: Nilson Figueiredo
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Categoria denuncia precarização no processo seletivo da Reme e cobra mudanças da prefeitura 

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Professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) realizaram na manhã deste sábado (27) uma mobilização em Campo Grande contra o edital do processo seletivo para contratos temporários, publicado no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) na última quinta-feira (25). O documento prevê mudanças que, segundo os profissionais, representam perdas salariais e condições mais precárias de trabalho.

O documento traz mudanças como a redução da carga horária máxima dos convocados para 20 horas semanais, a retirada do adicional por pós-graduação, novas regras para afastamentos médicos e a alteração no critério de pontuação mínima para cursos de capacitação, que sobe de 40 para 100 horas.

Entre os manifestantes, o professor Luan Holsbach criticou a ausência de valorização profissional. Para ele, “isso é precarização do trabalho” e o edital desconsidera o esforço de quem busca qualificação, já que “o professor que estuda, que faz pós-graduação, não terá reconhecimento”.

A professora Isabela Barbosa Rodrigues, concursada da rede, também ressaltou que a mobilização precisa envolver toda a categoria. “Eu acho que é fundamental todo professor, independentemente se for convocado ou não, participar dessa manifestação para mostrar qual é a nossa opinião sobre o que está acontecendo”, disse. Segundo ela, a medida não atinge apenas os temporários: “afeta a sala de aula, afeta a estrutura da escola, afetam os alunos também”.

A docente contou que a organização do ato ocorreu de forma espontânea entre os colegas, sem uma entidade centralizadora. “Na verdade, isso foi totalmente orgânico, foi compartilhado no WhatsApp (…). Acho que foi no boca a boca para conseguir mobilizar o máximo de pessoas possíveis”, relatou.

Foto: Nilson Figueiredo

O presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Gilvano Bronzoni, afirmou que o sindicato já protocolou pedido para alterar pontos do edital. “Na quarta-feira nós protocolamos ofício na prefeitura, no qual pedimos alteração em oito pontos”, disse.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que não há diferença no salário base entre efetivos e temporários, ambos no nível e classe PH2A. A pasta destacou que professores concursados recebem progressões previstas em lei, enquanto temporários são contratados em caráter excepcional, “prática legal, utilizada em todo o país”, para garantir atendimento aos mais de 115 mil alunos da Reme.

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) também participou do ato e destacou a importância da união da categoria. “Não existe educação sem professores. Sem professores não há ensino. Precarizar a relação de trabalho dos docentes é precarizar a educação, e nós não podemos permitir”, afirmou, ressaltando que a mobilização é uma forma de fortalecer a defesa dos direitos da categoria.

Uma assembleia está marcada para segunda-feira (29), quando a categoria deve deliberar os próximos passos da mobilização.

Por Biel Gill, Kadu Bastos e Geane Beserra

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