Segundo relatório, principais danos foram causados pela seca e na cultura do milho segunda safra
No ano passado, praticamente um a cada dez produtores de Mato Grosso do Sul foi indenizado por perdas na safra. Na soma das apólices de seguro rural acionadas, R$ 31,5 milhões foram devolvidos.
Os números são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Conforme relatório, o valor segurado em Mato Grosso do Sul no ano passado foi de R$ 1,8 bilhão, maior desde o início do PSR (Programa Seguro Rural), lançado em 2006.
O total de apólices contratadas, de 4.838 no ano passado, só não foi maior que o resultado de 2013, de 4.991 apólices. Naquele ano, a importância segurada foi de R$ 1,19 bilhão. De acordo com a pasta federal, 472 títulos acabaram indenizados no ano passado, ou seja, 9,75% do total.
A seca foi o principal evento que motivou perdas na safra e, consequentemente, o acionamento das apólices para indenizações. Foram R$ 24,8 milhões devolvidos, equivalentes a 78,7% da soma.
As geadas provocaram perdas calculadas em R$ 1,8 milhão, ao passo que as variações excessivas de temperatura causaram danos estimados em R$ 1,2 milhão.
O excesso de chuvas foi responsável por R$ 1,1 milhão das apólices acionadas, enquanto ventos fortes/frios resultaram em indenizações no total de R$ 1 milhão.
Eventos como granizo (R$ 646,9 mil), inundação/tromba d’água (R$ 343 mil) e incêndio (R$ 20,8 mil) também ocasionaram devoluções. Demais causas somaram R$ 491,9 mil.
Segundo o Ministério, das 95 mil apólices contratadas via PSR no ano passado, 9 mil foram acionadas e tiveram indenizações pagas, que totalizaram R$ 341 milhões.
No ranking nacional, Mato Grosso do Sul foi o quarto estado em valores indenizados, atrás somente de Paraná (R$ 113,3 milhões), Rio Grande do Sul (R$ 81 milhões) e São Paulo (R$ 40,5 milhões).
Os R$ 31,5 milhões devolvidos a produtores do Estado via seguro rural configuram o terceiro maior montante anual desde 2006. O recorde pertence à temporada 2018, quando R$ 105,3 milhões acabaram ressarcidos.
O clima é o maior fator de risco para a produção no campo, que pode minimizar eventuais perdas ao contratar uma apólice de seguro rural. O governo federal, por meio do PSR, auxilia o produtor na aquisição do seguro, pagando parte do valor do prêmio. No Estado, a soma do prêmio em 2019 foi de R$ 130,6 milhões. No país, de R$ 1,2 bilhão.
Milho segunda safra foi cultura que mais registrou perdas em 2019
Os dados do Ministério da Agricultura apontam que as lavouras mais afetadas no ano passado foram as de milho segunda safra, soja, trigo, uva e maçã. No caso da primeira cultura, 2.639 apólices foram sinistradas, principalmente pela seca, o que resultou em R$ 102 milhões em indenizações pagas aos produtores.
O resultado para o Estado não foi diferente, com R$ 23,3 milhões restituídos aos fazendeiros que sofreram danos na plantação de milho segunda safra – praticamente três quartos do total liberado.
Programas de monitoramento das safras não indicaram graves variações climáticas durante plantio, cultivo ou colheita do milho segunda safra no Estado, em 2019. O salto na produção pode explicar a participação da cultura no volume de indenizações.
Conforme levantamentos do projeto Siga-MS (Sistemas de Informações Geográficas do Agronegócio de Mato Grosso do Sul), a área de milho cultivada na safra de inverno 2018/2019 atingiu 2,173 milhões de hectares e produção de 12,157 milhões de toneladas, além de produtividade calculada em 93,23 sacas por hectare.
Entre a safra 2013/2014 e a safra 2018/2019, o projeto indicou salto de 41,61% na produção, de 30,12% na área plantada, e de 8,81% na produtividade.
(Texto: Jones Mário)
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