Presidente esteve nos EUA e comitiva deve ficar em quarentena após COVID em ministro da Saúde
Prestes a cumprir agenda em Bonito, no dia 1º de outubro, o presidente Jair Bolsonaro aguarda orientações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que recomendou isolamento dos integrantes da comitiva presidencial que mantiveram contato com o ministro Marcelo Queiroga, positivo para a COVID-19 durante viagem aos Estados Unidos. Apesar disso, o deputado estadual Coronel David (sem partido) confirma a presença do mandatário no Estado.
David disse em entrevista à Rádio Hora FM 92,3, ontem (22), que Bolsonaro vem pela terceira vez a Mato Grosso do Sul, pois Bonito está entre as cidades brasileiras escolhidas pelo presidente para celebrar os 1.000 dias de administração do seu governo e a data prevista é dia 1º de outubro de 2021.
“Apenas quatro cidades do Brasil receberão o presidente Bolsonaro para celebrar os 1.000 dias de administração de seu governo e Bonito está entre elas. Mato Grosso do Sul está bastante valorizado, e Bonito é reconhecido em um momento importante do governo Bolsonaro”, pontuou Coronel David.
Ontem, Bolsonaro decidiu fazer reunião de trabalho online e cancelar uma viagem prevista para a próxima sexta-feira (24) ao interior do Paraná, onde participaria de motociata. Em adesão à recomendação da Anvisa, o Planalto atualizou a agenda oficial e especificou que os despachos do dia seriam por videoconferência.
A assessoria foi questionada sobre se Bolsonaro pretende cumprir a orientação da Anvisa nos próximos 14 dias, mas ainda não obteve resposta. A nota divulgada pela Anvisa não cita Bolsonaro, mas interlocutores na agência sanitária dizem que a orientação deveria se aplicar também ao mandatário.
Os diretores da Anvisa passaram a discutir recomendações de quarentena após serem alertados sobre a infecção de Queiroga.
Isolamento de Bolsonaro
A conversa entrou na madrugada e ainda há algumas dúvidas, por exemplo, sobre o que fazer se o presidente descumprir o isolamento. O consenso é o de que Bolsonaro deve imediatamente se isolar.
Para um integrante da agência que acompanha as discussões, as regras sobre a pandemia determinam que a vigilância sanitária local ou o médico devem avisar o Ministério Público e a autoridade policial sobre eventual descumprimento. Com a vigilância local envolvida, parte da responsabilidade sobre monitorar Bolsonaro e sua comitiva fica nas mãos do governo de Ibaneis Rocha, do Distrito Federal.
Além disso, o presidente deve realizar novo exame RT-PCR cinco dias após o último contato com Queiroga. Se o teste der negativo, ele fica liberado do isolamento e segue sob monitoramento até fechar o ciclo de 14 dias, segundo a leitura de uma das autoridades que ajudou a elaborar a recomendação.
Apesar da situação, pode ser que Bolsonaro venha a Mato Grosso do Sul, já que a agência ainda deve divulgar orientação mais clara sobre como o presidente pode deixar a quarentena antes dos 14 dias.
14 dias
Queiroga acompanhou Bolsonaro na Assembleia-Geral da ONU, realizada anualmente nos Estados Unidos. O ministro foi o segundo integrante da comitiva brasileira que recebeu diagnóstico para o vírus – um diplomata também se infectou – e deve permanecer isolado em Nova York antes de voltar ao Brasil.
De acordo com a Anvisa, a recomendação de isolamento para os membros da missão que estiveram com Queiroga foi encaminhada à Casa Civil da Presidência.
A Anvisa elencou quatro recomendações: que os membros da comitiva desembarquem no Brasil de forma a expor o mínimo possível ambientes e pessoas; cumpram o período de isolamento de 14 dias após o último dia de contato com o caso confirmado de COVID-19 [Queiroga]; cumpram isolamento na cidade de desembarque no Brasil, evitando novos deslocamentos até que tenham ultrapassado o período de transmissibilidade do vírus; e sejam novamente testados em solo brasileiro. (Andrea Cruz com Folhapress)
