O município de Campo Grande está lançando um programa de telemonitoramento pioneiro no Estado para acompanhamento de gestantes que foram vacinadas contra a Covid-19. O programa “Alô, mamãe” irá acompanhar as gestantes do momento em que ela for vacinada até após o nascimento da criança. O programa integra a plataforma “Monitora Saúde”, desenvolvida pela Agência Municipal de Tecnologia e Informação (Agetec), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).
Inicialmente, estas mulheres devem ser monitoradas mensalmente por uma equipe multidisciplinar, desde o recebimento da primeira dose até 30 dias após o parto. A expectativa é de que o período de monitoramento possa ser expandido para até 60 dias após o parto, integrando o trabalho com a Atenção Primária.
“Esse trabalho será importante para acompanharmos a evolução do estado de saúde destas gestantes e os eventuais efeitos adversos da vacinação. O acompanhamento deve ser feito em três estágios: após a vacinação, durante a gestação e após o parto”, detalha o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho.
O objetivo é diminuir a incidência do parto prematuro , óbito fetal, internação materna em leitos críticos com risco elevado de óbito , o acompanhamento permitirá conhecer indicadores importantes para a saúde materno – infantil.
Até o momento, Campo Grande vacinou 4.324 gestantes , 462 com Coronavac e 3818 com a vacina Pfizer e 44 com Astrazeneca . Está sendo avaliada a possibilidade de gestantes que eventualmente acabaram sendo vacinadas com AstraZeneca, por não saberem que estavam grávidas ou por terem engravidado após a vacina, fazerem o intercâmbio vacina utilizando o imunizante da Pfizer para segunda dose.
Atualmente, a recomendação do Ministério da Saúde é para que essas mulhares aguardem o fim da gestação e do período puerpério (até 45 dias pós-parto) para completar o esquema vacinal com o mesmo imunizante.
A presidente da sociedade sul-mato-grossense de ginecologia e obstetrícia , Vanessa Chaves Miranda, destaca que a preocupação em fazer este acompanhamento decorre do aumento na taxa de mortalidade das gestantes durante a pandemia.
“As mulheres gestantes e puérperas apresentam 3 vezes mais risco de internação em UTI e necessidade de ventilação mecânica do que mulheres da mesma idade , não grávidas”, explica .
Segundo ela, em 2020, foram registradas três mortes de gestantes em decorrência do coronavírus durante todo o ano e, somente no primeiro semestre deste ano, foram 27 casos registrados em Mato Grosso Sul, sendo que a maioria delas tiveram o pré-natal comprometido.
O óbito de uma mãe traz consequências trágicas à sociedade e a pandemia trouxe o aumento da taxa de mortalidade materna , o que seria evitável se a vacina contemplasse este público.
Imunização
Campo Grande , em vanguarda absoluta, trouxe a imunização para gestantes de alto risco e também de risco habitual antes da inclusão pelo PNI. Esta decisão foi baseada no estudo norte americano que acompanhou as mulheres gestantes que foram inadvertidamente vacinadas com a tecnologia do RNA mensageiro .
O Comitê Consultivo em Práticas de Imunização, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, mostrou que mais de 30.000 gestantes foram vacinadas com segurança para a Covid 19.
Uma parte destas gestantes que participou do V-Safe ― um programa de monitoramento de segurança dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças após a vacinação contra a Covid-19 – foram acompanhadas nestes intervalos para monitorar os efeitos adversos de longo prazo, snedo uma vez por trimestre, após o parto e quando o bebê completou três meses de idade.
Alô, mamãe
O contato com a gestante vai ser feito por telefone, através do número (67) 2020-2170. O serviço irá funcionar de segunda a sexta-feira, de 17h às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, de 7h às 19h.