Preço do combustível não segue tendência da queda do dólar; Entenda o motivo

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Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

[Por Izabela Cavalcanti – Jornal O Estado MS]

Pelo sétimo dia seguido, o dólar encerrou a cotação em queda, e mesmo assim os combustíveis se mantiveram em alta. Na quinta-feira (24), a moeda norte-americana teve retração de 0,20%, a R$ 4,8330. Mas por que o produto ainda não seguiu a tendência da retração, para chegar nas bombas em um valor mais em conta?

Conforme explicação do diretor-executivo do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul), a queda ainda não aconteceu, pois o preço do barril continua em alta.

“A precificação dos produtos pela Petrobras segue os parâmetros do preço do barril do petróleo e também da oscilação do dólar. O barril do petróleo subiu 8% e o dólar caiu, o que ajudou a segurar os preços, senão viria outro reajuste”, explicou.

Em resposta ao jornal O Estado, a Petrobras disse que, realmente, existem outros fatores que culminam para que o preço do combustível não se altere.

“Os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente, para cima e para baixo. Num ambiente de economia aberta e liberdade de preços enfrentamos a concorrência dos importadores de combustíveis, cujos preços acompanham o mercado internacional”, informou.

A estatal informou ainda que não há previsão de novo reajuste, pelo menos até o fechamento desta edição. Geralmente, o anúncio é feito 24 horas antes de começar a valer o preço reajustado.

Além disso, explicou também que o valor pago pelo consumidor final não está sob gestão da Petrobras e é composto pelos preços do produtor ou importador de gasolina “A”; carga tributária; custo do etanol obrigatório; margens da distribuição e revenda. Nas usinas, o etanol teve aumento de 3,86%.

Barril do petróleo

Após ganho de 5,30% na véspera, ontem, o barril do petróleo Brent estava cotado a US$ 117,98 (R$ 567,02), queda de 2,98%.

Preços

Pesquisa de preço feita pelo Procon MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumido de Mato Grosso do Sul) mostrou que o diesel está sendo comercializado entre R$ 5,98 e R$ 6,97 (16,53%).

Por outro lado, a gasolina comum está de R$ 6,77 a R$ 7,09. Variação de 4,58%. Na saída para São Paulo, a realidade não é diferente. O litro do diesel está entre R$ 5,99 e R$ 6,89, diferença de 14,85%. Já a gasolina nesta mesma região está por R$ 6,79 e R$ 7,20, variação de 6,03%.

Outro lado

Do ponto de vista econômico, a falta de concorrência faz com que a Petrobras não tenha ‘a preocupação’ de baixar os preços, já que os consumidores dependem apenas de uma única empresa. É o que explica o economista e professor do curso de Ciências Econômicas da UFGD, Enrique Duarte Romero.

“O fator explicativo que encontramos é que o principal ofertante deste produto recai numa única empresa, a Petrobras.

O monopólio, seja ele estatal ou privado, exerce um efeito nocivo sobre todo o mercado, já que, nós, consumidores, estamos à mercê de um único produtor. A empresa, quando é monopólica, poderá estender até o limite seu poder de mercado para não diminuir seus preços, é o que está acontecendo neste momento”, destacou.

Ainda de acordo com Romero, “as empresas – não importa o setor em que atuem, sempre observarão seus próprios interesses pela racionalidade de qualquer agente econômico, mas a sociedade poderá interferir no sentido de colocar um concorrente para contrapor a este poder de mercado concentrado nas mãos de uma só”, concluiu.

Moeda norte-americana

Em 2021, no mês de abril, o dólar teve 12 quedas e 8 altas. Em maio foram 13 retrações e 8 aumentos, da mesma forma ocorreu em junho. Em julho foram 9 baixas para 13 altas, no mês seguinte, em agosto, o dólar desvalorizou 12 vezes e subiu 10.

Em setembro, teve 6 quedas e 15 altas. Em outubro, o número de quedas foi 8 e 12 altas. Já em novembro, a cotação caiu 7 vezes e aumentou 13.

No último mês do ano passado, foram 9 e 12, respectivamente. Em janeiro deste ano, o dólar teve 12 quedas e 9 altas; no mês de fevereiro caíram 10 vezes e subiu 9. Por fim, em março, até o dia 24, houve 6 quedas e 10 altas.

Colaborou Bela Reina

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