Preço da gasolina têm desmotivado alunos a tirar CNH de carro no Estado

Divulgação/PGMS
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No ano de 2021, o preço da gasolina tem influenciado negativamente a procura por CNH (Carteira Nacional de Habilitação) do tipo B (carro), na Capital. O cenário é confirmado pelas autoescolas de Campo Grande e, também, por meio de levantamento obtido com o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul).  

A redução da demanda de alunos chega a atingir 15%, como explica o vendedor Antônio Marcos, da San Marino, que relata uma queda considerável de clientes no último ano, em virtude da alta dos combustíveis. “O preço da gasolina refletiu no fluxo aqui sim. Foram uns 15% no último ano”, disse.  

Raime de Aguiar Veríssimo, que é sócio proprietário da autoescola Poliposition também revelou um recuo na movimentação de onde trabalha. “Nos meses de outubro, novembro e dezembro, o movimento caiu muito, agora em janeiro que que ficou melhor. Não estava tendo procura no final do ano passado, agora as pessoas estão ligando e procurando.”  

Nesse ritmo, Veríssimo acredita que a demanda por CNHs pode começar a melhorar neste ano. “Em janeiro, os números foram bons, mas ainda não está em um patamar interessante. A gente espera um ano mais otimista. Vamos ver como fica a situação para os próximos meses.”  

Queda na emissão de CNH  

A inflação dos combustíveis refletiu diretamente na emissão de CNHs em Mato Grosso do Sul, segundo dados disponibilizados pelo Detran- -MS. As informações são referentes à comparação dos números do órgão estadual com os preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).  

Levando em consideração os números de 2021, nos meses em que houve encarecimento da gasolina, concomitantemente, o número de CNHs confeccionadas pelo departamento de trânsito reduziu. Em março, o custo médio do litro do derivado de petróleo em MS aumentou 11%, em relação a fevereiro. No mesmo intervalo, mais de 300 CNHs deixaram de ser emitidas no Estado, uma queda de 12%.  

Carros mais caros  

A alta dos preços dos carros, aliada à demora na entrega, por parte das montadoras, também afetou a demanda por CNHs. Desta vez, até os CFCs (Centros de Formação de Condutores) foram prejudicados. A proprietária do CFC Aliança, Rosana Frerking, constatou que a lentidão das concessionárias e os altos valores afetaram algumas empresas que normalmente trocam seus veículos anualmente.  

“A característica da minha empresa é a de sempre optar pelo carro novo, mas o preço geral de veículos tem influenciado todo o mercado, tanto os alunos para comprar seus carros, quanto as autoescolas para efetuar a troca. Os carros novos estão levando até 180 dias para serem entregues. Atualmente, temos quatro carros, e possuímos mais quatro encomendados”, afirmou Frerking.  

Pandemia  

Todos os entrevistados relataram que a pandemia da COVID-19 também causou impactos negativos em suas empresas, principalmente o fechamento temporário, ocorrido algumas vezes durante o ano passado. “O preço da gasolina influenciou, e a pandemia também foi outro fator que contribuiu”, disse Marcos, da autoescola San Marino. (Texto: Bela Reina) 

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