Relatório da Corregedoria justifica ação de policiais na morte de ex-vereador em Anastácio

Foto: Jocielly Fernandes
Foto: Jocielly Fernandes

O relatório da Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) isentou os policiais Valdeci Alexandre dos Santos, de 41 anos, e Bruno César Malheiros dos Santos, de 33 anos, pela morte do ex-vereador Wander Alves Meleiro, conhecido como “Dinho Vital”. O incidente ocorreu em Anastácio, a 122 quilômetros de Campo Grande, e a investigação concluiu que os policiais agiram em legítima defesa e no estrito cumprimento do dever legal.

Segundo o relatório, a morte de Dinho Vital foi consequência das ações dos policiais, mas estas foram justificadas pelo comportamento ameaçador do ex-vereador, que empunhava uma pistola calibre 9 mm. O documento afirma que, durante a abordagem, foi feita a devida verbalização para que Dinho abaixasse a arma, conforme relatos de testemunhas. “Portanto, diante do apurado cotejo das peças que compõem o presente inquérito policial militar, concluímos que a conduta investigada, embora típica, se coaduna com as excludentes de ilicitudes previstas no ordenamento jurídico vigente”, consta no texto.

O relatório, aprovado pelo corregedor-geral da PM, coronel Edson Furtado de Oliveira, será encaminhado ao Ministério Público. O ex-vereador Dinho Vital foi morto na BR-262, no fim da tarde de uma quarta-feira, após uma briga com o ex-prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo, durante uma festa de comemoração do aniversário da cidade.
Testemunhas relataram que Dinho, aparentemente alcoolizado, discutiu com o ex-prefeito após o atual prefeito, Nildo Alves, anunciar a pré-candidatura de Figueiredo pelo PSDB. A briga foi interrompida por outros frequentadores, e Dinho foi retirado do local. Porém, ele retornou armado e fez ameaças, momento em que os policiais decidiram intervir.

Os policiais Valdeci e Bruno, presos desde o dia 17 do mês passado, negam que estivessem atuando como seguranças de Douglas Figueiredo na festa. Valdeci afirmou que foi convidado por um amigo, enquanto Bruno alegou estar de folga e envolvido na produção da banda que animava o evento. Ambos alegaram que agiram em legítima defesa e no cumprimento do dever ao abordarem Dinho.

O advogado Lucas Arguelho Rocha, que representa os policiais, afirmou em entrevista ao site Campo Grande News, que sempre acreditou na verdade e na justiça. Ele destacou que os policiais agiram no estrito cumprimento do dever legal e nunca atuaram como seguranças privadas de qualquer autoridade. Rocha mencionou que, após a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM), ingressará com um novo pedido de liberdade para seus clientes.

O tiro fatal que atingiu Dinho não foi disparado pelas costas, conforme inicialmente indicado pelo laudo necroscópico anexado ao inquérito policial militar. Uma perícia complementar, solicitada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), revelou que os projéteis entraram pela lateral e frente do corpo, corroborando a versão de legítima defesa apresentada pelos policiais.

Com a aprovação do relatório pelo corregedor-geral da PM, o documento segue agora para o Ministério Público, que avaliará as conclusões do inquérito. Enquanto isso, os policiais Valdeci Alexandre dos Santos e Bruno César Malheiros dos Santos aguardam a decisão sobre seu pedido de liberdade e o desenrolar das investigações sobre o envolvimento do ex-prefeito Douglas Figueiredo no caso.

 

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