O Boletim Focus do Banco Central divulgou nesta semana que a média das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2022 voltou a subir, de 0,42% para 0,49%. No ano passado o PIB nacional cresceu 4,7%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em relação ao crescimento regional, Mato Grosso do Sul deve ter o terceiro melhor índice, segundo as últimas projeções da Tendências Consultoria. De acordo com a Consultoria, o Pará deve crescer 3,1%, Mato Grosso e Rondônia devem crescer 1,8% e Mato Grosso do Sul tem previsão de crescimento de 1,6%. No ano passado o PIB de MS registrou crescimento de 3,1%, depois de amargar retração de -1,6% em 2020.
Os índices regionais ainda não foram divulgados oficialmente pelo IBGE, mas as projeções da Tendências Consultoria se aproximam das previsões da MB Associados e do mercado financeiro, sinalizados no Boletim Focus do Banco Central.
Apesar da projeção de crescimento de 18 dos 27 estados acima da média nacional, as unidades da Federação com pior desempenho são os de maior peso na economia brasileira, por isso puxam a média nacional para baixo.
São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal, que respondem por quase metade da riqueza nacional (46%), devem ter menor dinamismo este ano, com taxas entre -0,2% (Santa Catarina) e 0,2% (São Paulo).
Na rota da expansão do PIB, enquanto boa parte das unidades da Federação deverá ficar estagnada, as regiões Norte e Centro-Oeste colhem os frutos da alta das commodities e produção agrícola. A maior expansão está prevista para a região Norte, graças a fatores como a valorização das commodities, investimentos em infraestrutura e os bons resultados do agronegócio, segundo estudo da Tendências Consultoria.
“A produção de commodities, seja minério de ferro ou alimentos, deve aumentar na região este ano”, disse a economista Camila Saito, sócia da Tendências. “A indústria metalúrgica também vem crescendo, especialmente no Pará”, afirmou.
Cenário econômico
Economistas consultados pelo Banco Central esperam ainda que o juro básico feche em 12,75% neste ano. De acordo o Boletim Focus, com base nas estimativas coletadas até o fim da semana passada, as projeções dos economistas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022 subiu de 5,65% para 6,45% de aumento.
Para 2023, o ponto-médio das expectativas para a inflação oficial brasileira permaneceu inalterado em 3,66% entre eles. Para 2024, manteve-se em 3,23%.
No caso da taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das expectativas passou de 12,25% para 12,75% em 2022. O Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, realiza sua segunda reunião do ano nesta semana. A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,50% em 2022, sempre com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.