Em reunião extraordinária realizada na última quinta-feira (17), o Conselho de Administração da Petrobras autorizou o aumento nos combustíveis e diesel a partir de amanhã. O diesel não era reajustado desde 10 de maio. Já a última alta no preço da gasolina havia sido em 11 de março – há mais de três meses.
A reunião foi convocada pelo presidente do Conselho de Administração da estatal, Márcio Weber. Durante o encontro, os conselheiros ligados ao governo tentaram convencer a empresa a segurar o aumento.
O preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. Para o diesel, preço médio de venda da empresa para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.
Bolsonaro reage à medida
Na manhã desta sexta-feira (17) Jair Bolsonaro voltou a criticar a estatal
“- A Petrobrás pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”. Escreveu o presidente no Twitter.
– O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobrás em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 17, 2022
Explicações da Empresa
Segundo a diretoria, a única forma de evitar o aumento seria a concessão do subsídio, o que não foi autorizado pelo governo. Sendo assim, o comando da estatal disse que, se segurasse o aumento, teria de importar diesel mais caro e causar prejuízo para a estatal, gerando risco de falta do produto ou ações contra a empresa na Justiça.
Governo quer troca no comando da presidência
Mesmo com pouco tempo desde sua posse, o Palácio do Planalto passou a analisar “alternativas para forçar a saída” do presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, já na próxima semana – e, em seguida, trocar toda a diretoria da empresa.
A decisão ganhou força após a reunião extraordinária que definiu o aumento no preço dos combustíveis.
Os diretores avaliam que o governo decidiu declarar uma guerra à estatal e que isso pode prejudicar Bolsonaro, aumentando a instabilidade do mercado de combustíveis.