A política de preços da Petrobras para gasolina e diesel tem como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais desses produtos. Devido os últimos acontecimentos e tensões no Oriente Médio, a Petrobras está com margens apertadas e deverá elevar os valores cobrados nas refinarias de petróleo nos próximos dias.
O petróleo Brent, referência internacional, fechou com alta de 3,6% na sexta-feira, a 68,60 dólares por barril. Nesta segunda-feira, a cotação chegou a ultrapassar o patamar dos 70 dólares por barril, mas operava com alta de 0,15%, a 68,70 dólares, no início da tarde no Brasil. Especialistas acreditam que ainda não há clareza sobre as potenciais consequências desse ataque na produção de petróleo global e, por isso, acreditam que um reajuste da Petrobras ainda poderá aguardar.
“Ainda não está consolidada a reação do mercado. Não foi um aumento tão grande das cotações, que poderão ainda subir ou cair… por isso, eu acho que a Petrobras deve aguardar um ou dois dias para fazer seu reajuste.”
No entanto, a empresa tem evitado repassar volatilidades externas ao mercado doméstico, depois que uma greve de caminhoneiros eclodiu no ano passado, em meio à política anterior de ajustes quase que diários nas cotações da petroleira.
A Petrobras não revela seus cálculos de paridade de importação. Araújo ponderou, entretanto, que se as altas se mantiverem contínuas, a empresa eventualmente terá que elevar preços. Para ele, a petroleira precisa manter sua posição de independência em relação ao governo, para que possa seguir com seu programa de venda de ativos e melhorar sua saúde financeira.
(Texto: Lyanny Yrigoyen com informações Reuters)