Pesquisas eleitorais têm papel fundamental para campanhas

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Foto: Reprodução

Especialistas avaliam como dados são importantes para a decisão do eleitorado

Em ano de eleições municipais, uma ferramenta muito utilizada pelos grupos e partidos políticos são as pesquisas eleitorais. Como o próprio nome diz, a pesquisa eleitoral tem um foco específico, que são as eleições, o que engloba as opiniões e preferências dos eleitores sobre tudo o que envolve a disputa. A percepção dos problemas que as pessoas enfrentam; a avaliação das políticas públicas; a imagem dos candidatos; os valores, a ideologia e a afinidade com os partidos políticos; e, claro, acima de tudo, as intenções de voto para os cargos em disputa. 

Podemos afirmar que a pesquisa eleitoral é científica, pois, ao contrário de enquetes que encontramos em redes sociais ou portais de notícia, pesquisas de opinião, feitas da maneira correta, seguem uma série de pressupostos científicos desenvolvidos em áreas do conhecimento tanto de Exatas, como a matemática e a estatística, quanto de Humanas, como a psicologia e as Ciências Sociais. 

No primeiro caso, encontram-se os conhecimentos produzidos sobre as técnicas de amostragem. Essas basicamente indicam a forma correta de selecionar amostras de uma população, de modo cientificamente válido e consistente, que permitirão aos pesquisadores fazerem as chamadas inferências populacionais: tirar conclusões robustas sobre, por exemplo, a opinião dos eleitores com base em apenas uma pequena parcela. 

No segundo caso, encontram-se os conhecimentos produzidos sobre técnicas de elaboração de questionários e de perguntas de um questionário. Pode não parecer, mas existe, sim, uma ciência por trás disso, sendo ela bastante antiga e muito produtiva. Afinal, não basta apenas querer perguntar algo. É fundamental saber a forma correta de perguntar. Caso isso não ocorra, o pesquisador simplesmente estará criando um dado ou informação que não terá nenhum uso prático e levará a decisões completamente equivocadas, algo que ninguém quer. 

Para o cientista político Tercio Albuquerque, as pesquisas eleitorais “são imprescindíveis, importantes. E, elas também delineiam qual é a visão partidária e qual é a visão do eleitorado, com relação ao que se pensa sobre: política, sobre trabalho, sobre desempenho de programas e quais são, por exemplo, os pontos mais importantes que o candidato deva abarcar em sua campanha eleitoral e, também, após eleito, que trabalho deverá desenvolver”. 

De acordo com cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, as pesquisas desempenham papel importante na decisão do eleitor. Ele explica que, existe o voto útil, quando o eleitor quer ajudar alguém que tem mais chance e o voto de veto, quando o eleitor quer fazer com que um candidato específico perca. “A pesquisa não determina, ela influencia como qualquer outra fonte de informação”, esclarece. 

Segundo Monteiro, o resultado da pesquisa faz parte de um conjunto de informações que o eleitor usa a fim de decidir. “Se ele quiser votar no candidato que está ganhando ou ele acha que o voto útil para a sua tendência política é mais interessante, ele tem o direito de ter essa informação”. 

No entanto, o especialista considera um mito a tese de que o brasileiro vota no “cavalo que está ganhando”. Ele pesquisou o assunto e concluiu que só 5% dos eleitores podem mudar de voto se descobrirem que seu candidato não tem chance. “Os outros 95% escolhem um e vão com ele até o final”, destaca.

Por Daniela Lacerda.

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