Para os comerciantes da Divisão, chuva é sinônimo de alagamento

chuva
Essa era a situação do trecho mais atingido na quarta-feira (9), um dia depois da chuva - Foto: Nilson Figueiredo

Quando as nuvens de chuvas começam a se formar, os comerciantes da Rua da Divisão, na altura do Jardim Aero Rancho, já guardam os cavaletes e produtos expostos para não serem levados pela enxurrada que fica represada naquele ponto. O alagamento já é tradicional, existe desde a construção dos condomínios, e todos estão desesperançosos com uma possível solução. 

Aos 57 anos e proprietário de uma loja de utilidades há 14 anos, o senhor Edios da Cunha abriu suas portas quando “era tudo mato” e, no lugar das casas havia pastagem e bois. Ele viu o cenário mudar, a construtora chegar com o progresso na região e, principalmente, testemunhou o começo do seu problema. 

“O problema começou quando passaram o asfalto e ergueram o condomínio. A água chega a uma altura que estraga os carros que tentam passar, motociclistas caem e enche de lama. Dizem que na próxima fase das obras do condomínio farão uma nova rede fluvial para tentar sanar o problema. Passamos muitas dificuldades nesse ponto”, compartilha o comerciante. 

Vendedora em uma loja de estofados e colchões, Aline Araújo, 23 anos, diz que o trânsito fica caótico e que todos os comerciantes perdem clientes em dias de chuva. Na loja que ela trabalha ainda é possível que as pessoas estacionem na calçada e desçam sem enfrentar a enxurrada, mas não são todos que possuem essa estrutura.

“Desce toda a água para cá e os carros começam a andar pela contramão, gerando aquela bagunça no trânsito, com buzinas e quase batidas. Depois que abaixa a água fica a lama, galhos e pedras. Sem contar as placas de carros que são perdidas pelos motoristas. Para o comércio é um verdadeiro transtorno, pois quem vem de lá [da avenida Guaicurus] e vê tudo alagado, desiste e vai procurar outro lugar”, relata a jovem. 

Ezequiel Alves é proprietário de um lava-jato bem no ponto mais crítico do represamento e, na opinião dele, os poucos bueiros existentes na região não dão conta de escoar toda água que desce dos bairros Pioneiros e Jardim Monte Alegre. 

“Estou aqui tem 3 anos e sempre foi assim. As bocas de lobo não são suficientes para a quantidade de água que desce de lá da região do Pioneiros. É normal carros colidindo e motociclistas caindo, bastam cinco minutinhos de chuva lá pra cima que fica alagado aqui”, diz Ezequiel. 

A equipe do O Estado entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para saber qual o plano de ação para tentar diminuir o impacto das chuvas no local, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.

Por Kamila Alcântara.

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