Em contrapartida, para os motoristas, os trabalhos de reordenamentos já não são mais suficientes
A Prefeitura de Campo Grande elencou, por diversas vezes que haviam, pelo menos, cinco pontos considerados críticos no trânsito da Capital. Sendo eles: rotatória da Mato Grosso com a Nely Martins, Gury Marques com a Interlagos, Três Barras com Marquês de Lavradio, Joaquim Murtinho com Ceará e avenida Eduardo Elias Zahran/Joaquim Murtinho e Tamandaré com Euler de Azevedo. Contudo, desde 2017, obras de semaforização estão mudando essa realidade, faltando apenas um ponto a ser remodelado.
A reordenação do trânsito e instalação de semáforos começou pela avenida Mato Grosso e foi entregue em agosto de 2017. Durante esse período, a frota veicular da Capital aumentou em 18%, passando de 551.218 veículos para os 646.915 atuais, segundo dados do Detran em Números.
Entretanto, mesmo após seis anos, o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine Bruno, garante que as reordenações seguem sendo eficientes, mesmo em horários de pico e ainda adiantou que novas obras que devem começar em 2024.
“Em alguns pontos removemos as rotatórias e em outros a gente diminuiu de tamanho, semaforizou e isso tem funcionado. Não temos necessidade de ter semáforos em todas as rotatórias, pois elas são um sistema com um ponto de saturação, que é o que acontecia nas Três Barras e, por isso, tivemos a reordenação. Vamos resolver a Tamandaré com a Euler, o que deve começar no primeiro semestre do próximo ano”, destacou.
Questionando sobre Campo Grande suportar a frota, Janine afirmou que sim. “Estamos no céu, não temos congestionamentos, não ficamos parados mais de quarenta minutos no trânsito, como ocorre em grandes centros. Em São Paulo e Rio de Janeiro, a população sai sabendo que deve ficar de duas a quatro horas presa no trânsito”, explicou.
Ele cita que os pontos mais críticos foram eliminados, como a rotatória da Coca-Cola, a da avenida Três Barras e a rotatória da Mato Grosso. A próxima obra que deve ser feita deve começar no primeiro semestre de 2024, na avenida Tamandaré com Euler de Azevedo. “Será feito uma readequação no sistema viário, dando agilidade ao trânsito”, reforçou.
A equipe do jornal O Estado foi às ruas saber a opinião da população. Houve dificuldade quando os pedestres tentaram atravessar a rua, ao redor da rotária da avenida Euler de Azevedo com a avenida Tamandaré, pela ausência da faixa de pedestre, no local. Stefany Sigeira, 40 anos, que estava com sua filha, comentou sobre isso.
“Com a implantação do semáforo acredito que vá melhorar essa via, vai dar mais segurança aos motoristas, porque aqui direto acontece acidente. Hoje, estou como pedestre, vejo a dificuldade que temos em atravessar aqui, como tem muito movimento de carro não conseguimos avançar”, desabafa Stefany.
Comerciante local, Pâmela Lopes, de 30 anos, disse que toda semana tem acidente e que no horário de pico a situação é bem complicada. “O semáforo aqui é necessário. No horário de pico, das 5h às 8h e das 17h às 19h, acontece muito acidente, toda semana tem, pelo menos um, então vai ajudar. Tem tumulto aqui, é difícil atravessar nessa rotatória”, afirmou.
Questionado sobre a necessidade de se construir viadutos, como já existem em outras capitais, Janine continua dizendo que esse não é momento. Além disso, pontua que os condutores devem começar a adotar o hábito do paulistano e ter novas rotas alternativas.
“Recentemente, aconteceu um acidente em que o Corpo de Bombeiros interditou o trânsito próximo da UFMS (Universidade Federal), na Av. Costa e Silva e a fila de veículos chegou na rotatória. Eu sempre falo que temos que ter um plano B, temos quase 640 mil veículos, não somos uma cidade pequena, temos uma frota de veículos grande e precisamos ter um plano B de rota, ou até mesmo um C. Há novas vias, outras rotas, em que se pode chegar até mais rápido, então precisamos evitar intercorrências”, reforçou.
Contrapartida
Por outro lado, a opinião de quem passa por pontos já reordenados, como a rotatória da avenida Mato Grosso com a Nelly Martins, mostra que as modificações já não são mais suficientes. O médico, Dr. João Antônio Freitas, 55 anos, que passa pela rotatória há mais de 30 anos, conta que implantar semáforos ali não ajudou e talvez causando engarrafamento, por conta do tempo de espera para atravessar.
“Não ajuda implantar esse tipo de medida, aqui (na Mato Grosso com a Nelly Martins). O impasse precisa ser resolvido, [o que foi feito] não ajuda em nada. Acho que está na hora de fazer um pontilhão. Deveriam estudar mais a cidade, porque às 18h todo mundo sai do serviço, aqui vira uma bagunça. Não ajudou a sinalização nova. Antes, era livre e depois colocaram o semáforo… Passo aqui há 30 anos e posso dizer que não melhorou”, relata.
Pontos
O último projeto de reordenamento foi o da rotatória das avenidas Três Barras, José Nogueira Vieira e rua Marquês de Lavradio, por onde passam mais de 30 mil veículos todos os dias e, com isso, provocava congestionamentos nos horários de pico. No local, foi feita a retirada da rotatória, instalação de dois conjuntos semafóricos, com 20 porta-focos e a adoção da mão-única numa quadra da rua Domingos Jorge Velho.
Este foi o quarto reordenamento do trânsito em rotatórias desde 2017. Nas rotatórias da Nelly Martins com Mato Grosso; Gury Marques /Interlagos e Joaquim Murtinho/Ceará, a solução para os gargalos no tráfego foi a instalação de semáforos que passaram a regular o fluxo de veículos. Em média, circulam, diariamente, nestas rotatórias, mais de 110 mil veículos. Já estão em andamento as intervenções no trevo Imbirussu, nas avenidas Bandeirantes, Marechal Deodoro e Manoel da Costa Lima.
Por –Thays Schneider e Inez Nazira
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