[Texto: Michelly Perez, Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul]
Somente para a Capital foram destinados recursos para 12 projetos
Mato Grosso do Sul vai receber investimentos de R$ 44,7 bilhões em obras e serviços, como parte do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Para a Capital, estão previstos trabalhos na saúde, educação, habitação e compra de equipamentos para pesquisa.
O governador Eduardo Riedel participou ontem (11) do lançamento do programa, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ). Para Mato Grosso do Sul, algumas das construções previstas são: o contorno de Três Lagoas, a adequação da BR-267 – Alto Caracol – em
Porto Murtinho, o aeroporto de Dourados e moradias do Minha Casa Minha Vida.
Com a remodelação, o Novo PAC dividiu os recursos aplicados em nove eixos. O segmento de Inclusão Digital e Conectividade levará internet de alta velocidade a todas as escolas públicas e unidades de saúde. O Estado deve receber R$ 2,8 milhões em expansão do 5G e da rede 4G a rodovias.
Na Saúde, estão previstas a construção de novas unidades básicas de saúde e melhorias em hospitais. O investimento no Mato Grosso do Sul é de R$ 500 milhões. Na área da Educação, o Estado deve receber R$ 4,5 bilhões, com a construção e entrega de creches e escolas. Outro recurso previsto está no eixo Infraestrutura Social e Inclusiva, que garantirá o acesso da população a espaços de cultura, esporte e lazer, com um montante de R$ 300 milhões.
Um dos segmentos com maior aporte de recursos é o de moradias sociais, por meio, do programa Minha Casa Minha vida, previsto no eixo Cidades Sustentáveis e Resilientes. O investimento regional para estes serviços deve ser de R$ 1,8 bilhão. Além de casas, outros R$ 200 milhões serão aplicados ao eixo Água para Todos, com obras de revitalização das bacias hidrográficas, ações integradas de preservação, conservação e recuperação.
Outro importante setor que deve receber os novos investimentos é o de Transporte Eficiente e Sustentável, que reúne as rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias. Neste, Mato Grosso do Sul vai receber R$ 15,4 bilhões. Por fim, o eixo Transição e Segurança Energética prevê R$ 15,7 bilhões e outros R$ 3,5 bilhões para a Indústria da Defesa no Estado.
Entre os municípios, destaque fica por conta de Dourados, com investimentos para a reforma do aeroporto, terminal de passageiros, compra de equipamentos para pesquisa, novas unidades habitacionais e obras no Hospital Universitário. Na fronteira, Ponta Porã deve receber obras em educação, habitação, equipamentos de laboratório de saúde e concessão do aeroporto. Em Três Lagoas, estão previstos recursos em drenagem dos córregos Japão e Onça, construção de escolas, unidades habitacionais, esgotamento sanitário e
abastecimento de água. Um dos projetos mais aguardados e que está com 80% de execução, é a UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3), que será finalizada pela Petrobras.
Capital tem 12 obras contempladas
Para Campo Grande, conforme adiantado pelo jornal O Estado, estão previstas obras de construção de quatro projetos de habitação, obras de drenagem no Complexo Anhanduí, retomada e conclusão de creches, escola, quadra e cobertura da quadra, obras no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Assim como a aquisição de equipamentos para pesquisa agropecuária na Embrapa Gado de Corte e retomada das obras do CEU das Artes, do centro de radioterapia do Hospital Regional, ampliação dos laboratórios Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública), Lafron e LMSP e concessão do aeroporto.
O Novo PAC vai investir R$ 1,7 trilhão em todos os Estados do Brasil, sendo mais de R$ 1,3 trilhão até 2026 e mais de R$ 300 bilhões depois de 2026.
Balanço nacional
Na comparação entre os Estados, Mato Grosso do Sul obteve o sexto menor orçamento, ficando atrás de: Rio Grande do Norte: R$ 45,1 bilhões, Alagoas: R$ 47 bilhões, Amazonas: R$ 47,2 bilhões, Distrito Federal: R$ 47,8 bilhões, Santa Catarina: R$ 48,3
bilhões Piauí: R$ 56,5 bilhões, Tocantins: R$ 57,9 bilhões, Mato Grosso: R$ 60,6 bilhões, Espírito Santo: R$ 65,9 bilhões, Ceará: R$ 73,2 bilhões, Pará: R$ 75,2 bilhões Rio Grande do Sul:R$ 75,6 bilhões, Pernambuco: R$ 91,9 bilhões Maranhão: R$ 93,9 bilhões,
Goiás: R$ 98,5 bilhões, Paraná: R$ 107,2 bilhões, Bahia: R$ 119,4 bilhões, Sergipe: R$ 136,6 bilhões, Minas Gerais: R$ 171,9 bilhões, São Paulo: R$ 179,6 bilhões e Rio de Janeiro: R$ 342,6 bilhões. Este último obteve o maior número de investimentos, com projetos
de 16 novas plataformas para Desenvolvimento da Produção de Petróleo e Gás Natural; 12 Gasodutos sendo um de Escoamento – Rota 3, Refinaria Duque de Caxias – Coprocessamento e habitação.
Impactos na construção civil
Do ponto de vista econômico, o lançamento vai ampliar a concorrência entre os bancos públicos e privados, foi o que destacou o economista Enrique Duarte.
“O setor a ser beneficiado é a construção civil e canalizar investimentos neste setor gera um impacto enorme em vários outros setores da economia, gera o denominado efeito multiplicador, que é a geração de mais demandas surgidas pelo investimento num setor da economia. Só exemplificando, a partir da construção, diretamente, serão necessários cimentos, ferros, tijolos e, principalmente, contratar mão de obra”, destacou.
Além disso, a partir da contratação do emprego, ele deve impactar na renda de, no mínimo, mais três pessoas, destacou o economista, apontando que a medida deve contribuir para a geração de emprego direta e indiretamente. Acesse também: Prefeitura já arrecadou R$ 18 milhões com o Refis