Cerca de 300 pessoas estão no ato “Fora Bolsonaro” na Praça do Rádio Clube, a previsão de acordo com o representante do Simted CG (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Campo Grande) membro da diretoria da Fetems (Federação dos Trabalhadores Em Educação de Mato Grosso do Sul ), Wilds Ovando, é de 5 mil pessoas. Na manifestação, as principais reivindicações são contra a PEC 32, contra o governo federal e a forma que o presidente lidou com a pandemia da COVID-19. A passeata saiu às 10 horas descendo a Avenida Afonso Pena. Ela passa pela 14 de julho, pela Marechal Rondon, passa pela 13 de maio, pela Barão do Rio Branco com previsão de término ao meio-dia na Praça do Rádio Clube.
O movimento social, de acordo com o Ovando, está nas ruas para se posicionar contra o encarecimento de combustível, luz, água, cesta básica, e a PEC 32 que é a reforma administrativa que vai trazer inúmeros prejuízos para aos servidores públicos. Ele acredita que os sindicalistas de 74 municípios estejam presentes e que mais de 300 municípios estão mobilizados com o “Fora Bolsonaro” em todo Brasil. O objetivo é que durante todo o restante do ano sigam as manifestações principalmente contra a PEC 32.
A Polícia Militar acompanhou a manifestação que congestionou a Avenida Afonos Pena e também a Pedro Celestino.
indignado com o direcionamento do país, o presidente do Sindjor MS (sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso do Sul), Walter SIlva, foi às ruas e afirmou que o Brasil chegou ao fundo do poço da barbárie. “O Governo é culpado das mortes e o povo tem que ir às ruas para fazer esse assassino ser colocado para fora”, pontuou e em seguida avaliou: “O jornalista tem que se posicionar sim porque é uma questão de saúde pública e é uma questão de humanidade. É crime contra a humanidade”.
Já o presidente da Fetems, Jaime Teixeira, destacou que um dos objetivos da manifestação é aumentar a adesão social. “Hoje teremos a adesão de mais partidos, não só centro-esquerda e esquerda, muitos partidos do centro estão aqui hoje. É importante que todos defendam a democracia no Brasil contra o golpe militar que o presidente Bolsonaro queria dar no dia 7 de setembro”.
A partir de terça-feira (5), A Fetems e Simted’s estarão em Brasília fazendo ato público para impedir que seja aprovada a reforma administrativa e, de acordo com Jaime Teixeira, não enfraqueça a educação, o SUS e a segurança pública. “A ideia é fazer o corpo a corpo com os parlamentares que vão votar a PEC 32”. Já, segundo Teixeira, No dia 15 de novembro, Dia da República, haverá um grande ato em defesa da democracia.
Política
Para o deputado estadual, Pedro Kemp (PT), a manifestação é a continuidade de um ato que já acontece há um tempo contra o desgoverno que está acontecendo no Brasil. “Desde o início da pandemia temos um governo negacionista que joga contra tudo o que a autoridades da saúde orientam e o resultado são cerca de 600 mil mortos, denúncias de compra de vacinas superfaturadas, experiências com remédios, mas também a crise econômica: o aumento dos alimentos, a inflação disparou, o preço da gasolina, o desemprego, a política ambiental que é um desastre. É contra tudo isso que estamos pedindo o impeachment do presidente da República, que já cometeu muitos crimes de responsabilidade”, aponta.
A vereadora Camila Jara (PT), disse que está na manifestação porque não é possível aceitar os mais de 19 milhões de brasileiros passando fome e mais de 14 milhões de desempregados, a desigualdade social do país que só aumenta, além da inércia e descaso do Governo Federal com o povo.
“A expectativa é chamar a atenção da população, dialogar com ela e dizer que há um culpado por todos esses absurdos. Não podemos aceitar que os brasileiros e brasileiras sejam tratados dessa maneira. Peço que todos tomem coragem e se juntem a nós porque só assim, com mobilização popular, vamos conseguir reduzir o preço do gás, da gasolina e tudo isso que está posto”, pontua a vereadora.
Fala povo
A professora Leila Olanda, foi ao “Fora Bolsonaro” para se posicionar. “A situação que nosso país está hoje é por causa de um homem que todos acreditavam que mudaria alguma coisa e só afundou mais nosso país. É roubalheira atrás de roubalheira, enganando o povo brasileiro só para (tirar benefício para) si próprio. Aqui a maioria é proletariado”.
Para ela, é preciso evitar que esta situação se repita. “Para isso precisamos ver quem são os candidatos, pesquisar, ver de onde vem a verba e como está sendo usada. Pintar meio-fio é fácil. A pessoa fica alienada, mas precisa vir para às ruas, estudar, pesquisar e se posicionar”, orienta.
Os universitários de 20 anos, Graciela Vilela Pereira e Gabriel Marques Alves, saíram para se manifestar pela primeira vez depois de terem tomado a segunda dose da vacina, há 1 mês. Enquanto, Graciela, quer tirar o presidente e diz que ninguém aguenta mais o gestor nacional porque ele está destruindo o meio ambiente, Gabriel sentiu necessidade de ir para a manifestação porque acredita que as coisas estão “muito terríveis” com o preço dos alimentos, dos combustíveis e o retrocesso da educação. “De nada adianta eu estudar e lutar pelo futuro do meu país se ele não tiver bom para meu sustento”, refletiu Gabriel.
Para Giuliana Mendonça de Faria, o protesto é pessoal. Ela perdeu o irmão para a COVID. “Hoje faz três meses que ele faleceu. Ele não tomou vacina. Não tinha chegado a idade dele ainda. Este é um dos motivos, mas também contra a PEC 32 e por tudo. Contra esse governo insensível que está aí. Contra esse presidente que imita as pessoas por falta de ar. Meu irmão foi mais um dessas 600 mil pessoas que perderam a vida pra COVID. Deixou dois filhos pequenos, dois órfãos. É uma tragédia que estamos vivendo no país”, lamentou e chorou Giuliana.
(Imagens e informações da repórter Karine Alencar)
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