Um artigo publicado nesta quarta-feira (6) no período científico Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes (JAIDS) informou a descoberta de um novo tipo de vírus HIV, causador da Aids. O novo subtipo, desconhecido até então, pode ajudar a planejar futuros surtos e novas formas de tratamento para os portadores.
O novo subtipo pertence ao grupo M do HIV, um dos quatro grupos em que se subdivide o vírus e o responsável pela maior parte dos casos de Aids no mundo, segundo a Revista Brasileira de Análises Clínicas. O organismo foi chamado de “cepa L” e se une a outras dez cepas já catalogadas pela comunidade científica.
Já existiam suspeitas sobre a existência desse subtipo. No entanto, era necessário que ele fosse identificado em, pelo menos, três indivíduos para que pudesse ser classificado cientificamente.
Os especialistas que trabalham no caso afirmam que a primeira amostra do subtipo L foi coletada entre os anos de em 1983 e 1990, época em que ainda não havia conhecimento o suficiente para o sequenciamento de genomas. Na época, dois indivíduos da República Democrática do Congo, na África, foram identificados como portadores.
No Brasil, quase 870 mil pessoas convivem com o vírus da imunodeficiência humana, enquanto o número global ultrapassa a casa dos 37 milhões. Com a identificação desse novo subtipo, os cientistas poderão agora acompanhar o seu funcionamento dentro do organismo humano para, a partir disso, criar possíveis novos medicamentos e vacinas para o tratamento e a erradicação do vírus.
A descoberta partiu de um programa da área de saúde da Abbott que já dura 25 anos e que tem como objetivo monitorar o HIV e o vírus da hepatite. Desde o começo da empreitada, a empresa coletou mais de 78 mil amostras de vírus e identificou mais de 5 mil subtipos distintos para chegar ao resultado publicado nesta quarta. (Uol)