O caso de Ariane trouxe voz para muitas pessoas que foram vítimas da organização criminosa e chegaram a se manifestar nos comentários
Em Campo Grande, um grupo de criminosos tem lucrado com a dor de tutores que perderam animaizinhos de estimação. Após uma postagem e outra nas redes sociais, os bandidos entram em contato com os donos dos pets e falam que estão com eles em casa, mas na verdade, tudo não passa de um golpe. Foi o que aconteceu com a estudante de direito, Ariane Nogueira, que após 13 dias de buscas pelo cãozinho Wolverine, recebeu uma mensagem dos estelionatários.
O primeiro contato foi com a mãe de Ariane, quando uma mulher chamada Denise, mandou mensagem dizendo que sabia onde estava o cachorro. No entanto, só devolveria após receber uma quantia pelo pix. “Ela falou com a minha mãe e disse que um vizinho estava com ele, mas afirmou que tinha medo porque eram pessoas problemáticas que mexiam com coisas erradas na rua e não queriam se expor, ai perguntaram qual seria a recompensa. Então minha mãe disse que eu quem pagaria e perguntou quanto ela precisava, pra na verdade, a gente ajudar ela. Questionada sobre valores, a mulher disse que não queria se envolver em problemas. Depois disso decidi entrar em contato com ela”, relata.
“Minha mãe me passou o contatonúmero dela, eu enviei mensagem, ela me disse que se chamava Denise e nós começamos a negociar. Perguntei para ela onde e como o cachorro estava, ela me respondeu que já havia passado tudo para minha mãe e que minha mãe havia confirmado ser nosso cachorro. Além disso ela falou que a câmera do celular estava estragada e não conseguia tirar a foto que eu pedi. Disse que tinha filhos pequenos e que precisava da metade do dinheiro como segurança, no caso R$200,00. Na hora eu falei: te dou até R$400,00 mas preciso do endereço. Fiz um pix de R$100,00 e agendei para o dia seguinte, só para registrar os dados do titular da conta, assim eu poderia ver quem era a pessoa. Como eu sou acadêmica de direito, assim que ela me passou o pix eu corri e pesquisei, na hora apareceu o inquérito policial de um presidiário que está detido em Paranaíba. É uma quadrilha, e descobri que eles estão aplicando vários golpes, recebi inúmeros prints. Eles jogam essa história de que estão passando necessidade e as pessoas acabam caindo”, continua.
Após os tramites dos criminosos, a autora que negociava as ações ficou revoltada por não receber a parcela do ‘combinado’, e mandou que a dona de Wolverine batesse de porta em porta se quisesse achar o cachorro. ” Quando eu mandei o comprovante, ela me agradeceu e pediu para que eu aguardasse ela confirmar com o marido. Alguns minutos depois ela voltou brava e disse que eu estava enganando ela, querendo dar o golpe. Foi aí que eu disse para ela que estava mexendo com gente errada, mandei todos os prints mostrando que eu já sabia que não passavam de bandidos. Depois eu fui nos grupos e alertei todo mundo”.
Outros casos
O caso de Ariane trouxe voz para muitas pessoas que foram vítimas da organização criminosa, e chegaram a se manifestar nos comentários. Além disso, acendeu o alerta de outros que estão em busca dos seus animais de estimação. “Eles entraram em contato comigo também” comentou Micaela. “Tentou comigo, mas eu não caí na deles”, disse outra mulher.
De acordo com a dona de Wolverine, o cachorro tem problema de saúde e toma remédio controlado há quatro anos. Muito emocional, quando passa nervoso chega até travar as patas de trás e a coluna. “É triste demais, com todo sofrimento ainda vem golpistas querendo aproveitar da nossa fragilidade. Meu filho chora muito chamando o (Nine)”, conta desolada.
Informações
O animal sumiu na rua Três Poderes, localizada no bairro Panorama/ Vivendas do Parque, por volta das 19h do dia 1º de setembro. Quem achar o caõzinho pode entrar em contato pelo: (67) 9 9927-3064 ou (67) 9 9958-3870.