A crise hídrica provocou o acionamento das usinas termelétricas no Brasil, o que elevou o preço da bandeira tarifária na bandeira vermelha. Com isso, uma iniciativa lançada pela Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) ganhou força, visando permitir que o consumidor escolha para onde levar sua conta de energia elétrica.
Batizado de “Quero Energia Barata”, a Abraceel quer promover ao longo do ano diversas ações para dar visibilidade ao PL (Projeto de Lei) 414/2021 para que seja aprovado, como explicou o CEO da Esfera Energia, Braz Justi.
“Seu principal objetivo é fazer com que todos os consumidores sejam livres para fazer a portabilidade da sua conta de luz, ou seja, livres para escolher a sua empresa fornecedora de energia elétrica”.
A campanha da Abraceel quer movimentar a população em prol da portabilidade para que a medida tenha força para chegar no poder legislativo. “O Mercado Livre de Energia já é há anos uma realidade para as empresas, que relatam terem encontrado diversos benefícios, principalmente a economia, que pode chegar até a 35% na conta”, disse Justi.
Dentre os principais benefícios, podemos destacar a previsibilidade de preço, contratação de energia sob medida, liberdade de escolha do seu fornecedor e redução significativa nos custos e sustentabilidade”, disse o CEO.
Segundo a Abraceel, o mercado livre de energia, já corresponde à 30% da energia consumida no país. Ainda limitado a grandes empresas e indústrias, trata-se de um ambiente onde vendedores e compradores negociam livremente a sua energia elétrica contratando o serviço diretamente de geradoras e de comercializadoras, o que é um diferencial, já que a maioria dos consumidores comuns estão condicionados a comprar energia das distribuidoras.
Contraponto
Na visão do ex-senador, ex-ministro de Minas de Energia e engenheiro, Delcídio do Amaral, a proposta da Abraceel é positiva, mas teria que ter força para passar no âmbito legislativo. “As regras atuais impedem [esse modelo]. Você tem que apresentar um projeto de lei neste sentido, mas ocorrerão muitas reações”, disse. “As distribuidoras negociam no mercado livre parte da energia, mas elas têm consumidores cativos que entram na conta da concessão”, complementou.
O projeto de lei será necessário para que o consumidor pudesse “descontratar” a distribuidora de energia, o que não é possível nas regras atuais. Para ele, com o acionamento das termoelétricas, seria difícil uma queda grande no preço da luz. “Acho pouco provável agora em função do risco hídrico que estamos passando”, comentou.
Quero Energia Barata
Interessados em saber mais sobre o projeto de lei ou que querem assinar o abaixo assinado podem clicar aqui.
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