O escritor Sérgio Sant’Anna morreu hoje aos 78 anos vítima da covid-19. Ele estava internado no hospital Quinta D’Or, no Rio de Janeiro, desde o domingo passado. A informação foi confirmada pela irmã de Sérgio, a também escritora Sonia Sant’Anna.
“É tão estranho saber que não vou mais ver aquele que conheci no dia mesmo em que nasceu. Lembro bem, foi na casa Casa de Saúde São José, no Humaitá. Eu, a irmã mais velha, tinha 4 para 5 anos. Haviam me prometido uma irmã, que se chamaria Vânia, e fiquei braba quando me participaram o nascimento de um irmão, o hospital estava em falta de meninas. Mas quando olhei pelo vidro do berçário, lá estavam vários bercinhos ocupados e com laço rosa, sinal de que existiam meninas disponíveis.
Eles é que tinham preferido pegar um menino. Depois me conformei e nos tornamos bons amigos”, escreveu Sonia em sua página no Facebook.
Vencedor de três prêmios Jabuti, um deles com o livro “O Concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro”, Sant’Anna era considerado um dos principais contistas do país. Sua obra foi traduzida para o alemão, o italiano, o francês e o tcheco, além de ter sido adaptada para o cinema.
O autor, que é pai do também escritor André Sant’Anna, completou 50 anos de carreira em outubro do ano passado. Seguia escrevendo e publicou contos inéditos durante a pandemia. Seu último livro, “Anjo Noturno” (Companhia das Letras), foi lançado em 2017.
Amigos e escritores lamentaram sua morte. Xico Sá destacou que o autor andava indignado e produzindo muito. O também escritor Daniel Galera chamou Sant’Anna de o “mestre do conto” que “vinha enfileirando livros brilhantes e sensíveis”.
(Texto: Ana Beatriz Rodrigues com informações do Portal UOL)