Ontem (31), a ministra da Mulher, Aparecida Gonçalves, esteve na Casa da Mulher Brasileira, junto com outras autoridades, para inaugurar a nova unidade do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), que será exclusivo da instituição, e atenderá a mulheres vítimas de violência doméstica. O instituto funcionará 24 horas, todos os dias da semana.
De acordo com a Ministra da Mulher, o Imol é um pedido antigo dos gestores da instituição, e agora, vai facilitar o acesso das mulheres aos exames periciais. “A partir de agora, a mulher que se dirigir à Casa da Mulher Brasileira terá todos os serviços disponíveis aqui, sem precisar se dirigir para outro lugar, para realizar exames”, afirmou ela, durante discurso.
Aparecida ainda ressaltou a possibilidade de outras Casas da Mulher Brasileira serem criadas, em Mato Grosso do Sul.
“Estamos analisando a possibilidade de inaugurar outras instituições como essa, no Estado, mas isso depende de tratativas que serão discutidas com o governo do Estado e com o município, assim como a instalação de outros Institutos de Medicina e Odontologia Legal nas outras Casas da Mulher, espalhadas pelo Brasil”, explicou.
A prefeita Adriane Lopes (Patriota), comentou sobre a importância do novo serviço. “É o serviço que faltava na Casa da Mulher Brasileira e está sendo implantado. Com certeza, vai resultar em mais agilidade nos serviços prestados. Vamos reforçar as políticas públicas voltadas para a mulher, além do excelente trabalho que já é realizado pelos profissionais da instituição”, disse.
A subsecretária de Políticas Públicas para a Mulher, Carla Stephanini, afirmou que o novo serviço vai salvar vidas.
“Agora, o acesso está muito mais fácil, para oferecer a ajuda que as mulheres merecem e precisam”, finalizou.
Importância da denúncia
A delegada titular da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher), Eliane Benicase, falou sobre a importância da denúncia e da solicitação de medidas protetivas.
“As MPs com certeza proporcionam mais segurança para a vítima, na medida que o agressor se intimida, antes de aproximar daquela mulher.
Isso fica extremamente claro quando olhamos os dados, porque em quase 90% dos feminicídios no Estado, a vítima não tinha sequer uma denúncia, muito menos uma medida protetiva. Um bom exemplo da eficácia, é que no ano passado, nós tivemos mais de 7 mil medidas protetivas concedidas e apenas 12 feminicídios”, exemplificou.
Sobre a inauguração do Imol, Benicase falou da extrema relevância, levando em consideração que as mulheres não vão mais precisar se deslocar para o outro lado da cidade, para os exames.
“Quando, em alguns casos, as mulheres não tinham condições de se deslocar, nós perdíamos a prova material, tanto em crimes de agressão quanto de estupro. Para mim, essa é melhor conquista de 2023”, afirmou ela, feliz com a inauguração.
Por Tamires Santana – Jornal O Estado de MS.
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