Mandetta já participa de debates como presidenciável e Simone Tebet é aposta de parte do MDB
Mato Grosso do Sul pode virar protagonista nas eleições 2022 com dois pré-candidatos à Presidência da República. O Estado possui o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) praticamente como pré-candidato pelo partido e a senadora Simone Tebet (MDB), que vem ganhando a preferência dentro do MDB com apoio de líderes da ala jovem do partido.
Mandetta participou de debate que reuniu presidenciáveis nessa semana, onde comentou sobre desafios que o próximo gestor do país terá. Ele chega como uma das opções de terceira via e se posicionando sempre em torno da defesa da democracia.
O ex-ministro disse ao Jornal O Estado, que aguarda um posicionamento oficial do Democratas em relação a sua pré-candidatura ao cargo de presidente.
Mandetta ganhou destaque após a demissão do Ministério da Saúde em um embate com o presidente Jair Bolsonaro no início da pandemia. Defensor da ciência, o médico vem aparecendo em pesquisas para presidente e expondo a necessidade da condução do país no pós-pandemia. Além disso, ele cobra duramente explicações sobre indícios de corrupção e tentativas de cobrança de propina pelo Governo Federal.
Já esboçando ideias de um possível plano de governo, para ele é fundamental que o próximo Presidente tome medidas para resgatar a economia do Brasil. “Primeiro conceito é que esse vírus atinge a sociedade, e que já vinha com problemas graves de condução econômica. Ao entrar numa presidência da República a primeira coisa a se fazer é a confiança. Confiança de que vai trazer equilíbrio fiscal, de que fará uma reforma tributária sem aumentar a carga e
que seja menos complexa; e colocar o crédito e o estímulo principalmente nos setores mais afetados. Vamos ter de fazer transferência de renda por um bom tempo porque as pessoas estão passando fome. As pessoas estão privadas e existe a insegurança alimentar. A confiança para que se dê um passo a frente vem junto com as palavras: união, pacificação e reconstrução. Somente propostas que sejam democráticas, de equilíbrio politico e que possam traduzir investimentos serão eficazes”, disse Mandetta ao programa Primárias do Estadão.
Possível presidenciável
A senadora Simone Tebet reafirmou que possui interesse em concorrer à reeleição ao Senado. Mas ponderou também que quem vai decidir é o eleitor. “Quando chegar o momento, vamos fazer pesquisas de opinião para decidir. Meu nome está à disposição do partido. É muito prematuro falar de 2022 agora. Nossa urgência é buscar melhores soluções para o combate à pandemia.”
Indagada sobre esse destaque que o Estado terá caso haja dois candidatos aos cargos da majoritária (incluindo ela mesma), a senadora Simone Tebet afirma que é muito benéfico. “Quanto à projeção dos políticos de MS, é claro que é muito positivo. Somos um Estado muito importante, essencial para o agronegócio brasileiro, mas com pouco destaque nacional. Poder executar funções importantes para o país e dizer, orgulhosamente, que sou uma mulher de Mato Grosso do Sul que gera um sentimento de bem-estar. Tenho orgulho de representar o povo do meu Estado, especialmente as nossas valorosas mulheres.”
Destaque na CPI
Simone Tebet vem ganhando cada vez mais destaque na política nacional devido ao ótimo desempenho na CPI da Pandemia. Para ela, a conquista dessa posição é a construção de um longo trabalho, dedicação e objetivos.
“Eu tenho realmente me dedicado a estudar documentos e tentar esclarecer os fatos que estão sendo expostos na CPI da Pandemia. Superamos a primeira fase constatando que atos e omissões do Governo Federal deixaram claro a estratégia da imunização de rebanho. Agora, entramos em um momento mais profundo. Estamos diante de denúncias graves, de indícios de corrupção, envolvendo muitas pessoas. Será que havia um gabinete da propina no Ministério da Saúde? Isso tudo precisa ser comprovado com muita responsabilidade. O meu desempenho na CPI tem sido o reflexo desta minha dedicação. Meu conhecimento jurídico tem me ajudado a desvendar conexões estranhas. Se isto está me projetando nacionalmente é apenas uma consequência do meu trabalho. Minha preocupação primeira é com a verdade. Passei da fase da comoção para a fase da indignação. O Senado precisa dar uma resposta aos milhões de brasileiros que perderam parentes e amigos para a COVID-19.
(Texto: Andrea Cruz)