Ex-prefeito é acusado de assédio sexual, importunação e favorecimento à prostituição
O Ministério Público Estadual ajuizou na terça-feira (8) a denúncia indicando o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad, do PSD, por, pelo menos, sete crimes sexuais, classificados entre assédio sexual, importunação sexual e favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual.
Com isso, a expectativa é de que a decisão do Judiciário deva ser concretizada em um prazo de até dez dias. O documento também indica um empresário, dono de empreiteira, pela prática de favorecimento à prostituição.
Vale destacar que, no dia 18 de outubro, data em que encerrou o prazo para a conclusão do inquérito policial, que inclusive já tinha sido prorrogado por duas vezes pela delegada, Marquinhos Trad prestou o seu primeiro depoimento na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Cabe destacar que ele já havia sido intimado por duas vezes para prestar esclarecimentos, entretanto não compareceu na Deam, em razão do pleito eleitoral ao qual concorria para o cargo de governador de Mato Grosso do Sul, que culminou sem a sua escolha para o cargo.
Na saída da delegacia, após quatro horas de depoimento, Marquinhos assegurou que compareceu para esclarecer os fatos porque acreditava na justiça.
“Essa foi uma das maiores armações políticas institucionais e estatais que esse Estado já viu. E infelizmente refletiu nas urnas e o tempo vai mostrar que foi uma verdadeira crueldade o que fizeram. Logo, logo vocês vão ficar sabendo, por meio da manifestação dos órgãos de controle”, confirmou para a imprensa.
Além disso, ele reafirmou a sua inocência. “Das 20 acusações só restaram quatro. Houve montagens de print que já foi comprovado pela justiça e arquivado. Das quatro, duas já entregaram o celular delas com a conversa toda. Vão ser entregues todos os prints, tudo como foi feito”, revelou na ocasião em citação a suposta armação política.
O caso
O caso envolvendo o ex- -prefeito da Capital ganhou repercussão no dia 20 de julho depois que o site nacional Metrópoles noticiou que Trad estava sendo investigado por assédio sexual. Inclusive, três dias depois, o portal trouxe outra matéria com trechos de uma conversa de WhastApp entre uma das denunciantes e o ex-prefeito datados dos dias 11 e 12 de maio de 2020 e que inclusive fazem parte da investigação da Polícia Civil.
Vale ressaltar que foi também ao portal Metrópoles que Marquinhos revelou que manteve relações extraconjugais, de forma consensual, fora da prefeitura, com, pelo menos, duas das denunciantes. Já no dia 9 de agosto foi realizada uma diligência no Paço Municipal, onde foi feito o reconhecimento dos possíveis espaços onde os crimes de assédio sexual supostamente eram cometidos e foram apreendidos dois computadores da recepção do gabinete para perícia.
Marquinhos Trad e suas advogadas seguem nesses três meses de investigação com o discurso de que o inquérito policial aberto para investigar os supostos crimes contra a dignidade sexual não passa de uma armação política. Inclusive, chegou a dizer, em uma entrevista ao SBT-MS, que puniria todos que estão “armando” contra ele, caso eleito.
No entanto, Marquinhos já buscou na 3ª Vara Criminal de Campo Grande o afastamento da delegada, Maíra Pacheco Machado, sob o comando do inquérito policial. Mas sem sucesso.
Por precaução, o trâmite foi repassado à 3ª Vara Criminal, que definirá se torna os acusados em réus ou não. A equipe de O Estado entrou em contato com a defesa de Marquinhos Trad, mas até o fechamento da edição não obteve respostas.
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