A fila de transplante em Mato Grosso do Sul não para de crescer. Cerca de 470 pessoas estão na lista de espera para um transplante no Estado, segundo a CET (Central Estadual de Transplantes). O número alarmante é reflexo da pandemia, que fez diminuir as realizações de cirurgias e as possibilidades de doações. Só para transplante renal, são 145 pessoas aguardando na fila, outras 323 esperam por uma doação de córnea e 6 sonham com um novo coração.
Em Campo Grande, Yasmim Vitória Miranda, de 7 anos, morreu na última segunda-feira (18), após anos na fila de espera por um transplante renal. A criança, que nos últimos três anos fez o mesmo pedido em cartinhas ao Papai-Noel, de aniversário e Dia das Crianças, não conseguiu realizar o sonhado transplante.
Segundo a coordenadora da CET, Claire Miozzo, os transplantes realizados em 2022 foram: 128 córneas e 4 de rim. No Estado existem diversos hospitais que realizam esse procedimento, e dois deles fazem transplantes renais, dois estabelecimentos fazem de coração e apenas um está apto para realizar o de medula óssea. Além disso, outros dez realizam transplantes de córneas.
Enquanto em algumas regiões do Brasil os transplantes foram praticamente interrompidos com a pandemia, em Mato Grosso do Sul, nos cinco primeiros meses do ano de 2021, foram realizados 58 transplantes, contra 88 no mesmo período do ano anterior.
Claire Miozzo ainda detalhou a O Estado como a pandemia afetou os transplantes. “A COVID-19 representou um perigo muito grande, tanto para os pacientes que estão fazendo diálise, quanto para os transplantados. Agora que estamos saindo de um cenário pandêmico, a atual situação é a retomada das doações e consequentemente a retomada dos transplantes”, finaliza Claire.
Somente na Santa Casa de Campo Grande foram realizados, em 2022, três transplantes renais, sendo que o último aconteceu nesta semana, na última terça-feira (19). Já em transplantes de córneas, foram realizados no período 16 procedimentos. Além disso, houve 1 transplante de esclera (membrana ocular) na instituição.
Em 2019 e 2020 foram realizados 21 transplantes renais e aproximadamente 40 transplantes de córneas, números que tiveram uma grande queda nos anos de 2021 e no primeiro semestre de 2022 na Santa Casa de Campo Grande.
A OPO (Organização de Procura de Órgãos) da Santa Casa de Campo Grande congrega grupos de coordenação regional sob responsabilidade do Estado e estes são responsáveis por organizar e apoiar o processo de doação e transplantes no âmbito da sua área de atuação em Três Lagoas, Dourados e Campo Grande.
Por Brenda Leitte e Camila Faria – Jornal O Estado
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