Luiz Henrique Mandetta não descarta ser vice de Ciro Gomes

Mandetta
Nilson Figueiredo

Ex-ministro da Saúde diz ser favorável à fusão entre o DEM e o PSL

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) não descarta ser candidato a vice-presidente ao lado de Ciro Gomes (PDT). Eles andam bem próximos nos últimos meses, e Mandetta afirmou ao jornal O Estado que possui boas relações com todos os presidenciáveis que projetam a terceira via.

“Eu me dou com o Ciro, assim como me dou bem com quase todos os possíveis presidenciáveis. Já tive em programas com Eduardo Leite, com o Doria, e tenho relação boa com Moro [ex-ministro da Justiça e não presidenciável], onde a gente por vezes conversa por telefone. Tem a Simone [senadora] também, que respeito e admiro. O momento agora é de respeito entre esse grupo, que está fazendo com que as pessoas conheçam suas propostas e estão se colocando à disposição da democracia como uma alternativa a tudo isso que está acontecendo.”

Mandetta participou do programa do YouTube “Ciro Games” na semana passada, onde afirmou ao pedetista da possibilidade de caminharem juntos em 2022 quando foi apresentado como convidado. “Quanto a você dizer que nós vamos ser adversários, isso não está claro ainda. Vai que a gente está junto. Tem muita gente que torce”, afirmou Mandetta. Em resposta, Ciro Gomes brincou: “Eu acendo uma vela para isso todos os dias, mas eu tenho de respeitar porque você tem um grande partido e uma liderança importante, que eu aprendi a admirar”.

Além disso, Mandetta e Ciro Gomes fazem parte do grupo de líderes que emplacaram carta a favor da democracia em março e iniciaram discussões para desenvolver pautas em comum e ocupar espaços.

Sobre o assunto, o presidente regional do PDT-MS, deputado federal Dabogerto Nogueira, disse que Mandetta fez o melhor como ministro da Saúde e que a ampla discussão do tema é fundamental. “O momento é de muito diálogo e articulação. Com certeza essa possibilidade existe, pois precisamos ampliar o campo para a disputa. O Mandetta é de MS, fez o que podia como ministro, mesmo com o negacionismo e retrocesso do atual governo. Creio que o momento seja de muito debate e análise de cenários, mas conheço de perto a grande capacidade do nosso líder Ciro Gomes e sei que chegaremos ao melhor consenso para botar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento com justiça social.”

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que esteve em Campo Grande no mês passado encabeçando a frente “Agora é Ciro”, foi enfático em dizer sobre a extrema necessidade de se construir candidaturas que desbanquem o presidente Jair Bolsonaro para que o segundo turno, seja entre Lula e Ciro Gomes. Em entrevista ao Jornal O Estado Lupi afirmou que o PDT mantém conversas amistosas com vários partidos em busca de alianças, inclusive com o DEM. “Temos diálogos com o PSB, ao mesmo tempo, diálogos bom com o DEM, com o ACM Neto, que é o presidente e já fomos aliados na eleição em Salvador-BA. O ACM Neto fez seu sucessor, que é o Bruno, com a vice do PDT, que é a Ana. Eu estive em uma delegação do DEM em Pernambuco e estamos avançando com conversas em vários estados.”

Sobre o assunto, o presidente nacional do DEM, ACM Neto, disse ao jornal “O Globo” que não há pontos contrários na possível aliança e a relação é bem-vista. “Ambos sabem que gozam de simpatia em comum, a começar da minha. Não é uma coisa organizada, deliberada. Mas é vista de forma positiva. Não há contraindicação, mas é uma coisa deles (Mandetta e Ciro).”

Fusão do DEM?

O ex-ministro ainda comentou ao jornal O Estado que a fusão do DEM com o PSL seria extremamente benéfica aos partidos e positiva para as eleições de 2022. “Acho que os dois partidos têm características que precisam ser trabalhadas. Por exemplo, o PSL é mais centralizado e o DEM toma decisões em colegiado.

O PSL tem um grande fundo partidário e isso pode viabilizar dezenas de candidaturas majoritárias em todos os estados do Brasil, com um tempo bom de propaganda na televisão, recursos aos candidatos e dentre outras coisas. Se evoluir e os partidos firmarem a fusão será muito bem-vinda.”

O PSL e o DEM realizam a primeira reunião em que discutem o assunto dia 21 de setembro, próxima terça-feira. O novo partido ainda não tem nome, e nascerá gigante, tendo a maior bancada do Congresso Nacional. Apesar de Mandetta pontuar sobre a importância da transformação, a fusão pode vir a ser uma pedra em seu sapato, já que o PSL é mais simpático a emplacar o nome do senador Eduardo Pacheco (DEM-MG). Por enquanto, o médico não cita os pontos negativos e se mantém firme em diálogos amistosos. (Texto: Andrea Cruz)

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