“Brasileiro encara imposto de renda como ameaça, não como um benefício fiscal”, afirmou o contabilista, Ayron Assunção que também é professor do curso de Ciências Contábeis da Anhanguera Campo Grande. O especialista destaca que não há mais burocracia do programa, da Receita Federal para declaração de renda e que na ausência do profissional da área, o contribuinte perde. Ele lembra que seus alunos atendem clientes beneficiários do auxílio-emergencial obrigados a devolver R$ 6 mil.
Ele deixa o alerta porque dia 31 de Maio é o prazo final para declarar o Imposto de Renda. “A preocupação do brasileiro é: vou ter que pagar! Como você sabe se vai ter que pagar se nem colocamos os dados e não pegamos o que tiveram de despesas?. Então são análises e o brasileiro já tem esse senso comum de que só vai pagar. Ele cria isso, não procura o profissional e acaba que deixa para última hora, infelizmente”, destaca Ayron.
Se você recebeu o auxílio-emergencial e não declarou, fique atento e procure um profissional porque quem tem os rendimentos tributáveis acima de R$ 22.847,76 precisa devolver o benefício. Todo o problema acontece por causa da postura do contribuinte de deixar para última hora, o especialista Ayron conta que este ano sua demanda de clientes dobrou. “Tenho um cliente que mandei para ele em março o pedido de documentação, no início quando abriu e ele não conseguiu me entregar o documento ainda. Outra cliente a mesma coisa e até agora nada. Então, infelizmente o brasileiro deixa para última hora”, reforça.
Auxílio-emergencial
O que mudou este ano foi o auxílio-emergencial. Não foi algo de graça. Quem pegou o benefício precisa ficar muito atento à sua declaração. “Quem é o maior responsável financeiro pela família, principalmente, e colocou de dependente o seu cônjuge que por ventura tenha pego o auxílio emergencial deve declará-lo e se passar o valor precisa devolver”, avisa o contador. Para ele, basta as pessoas ficarem atentas porque a desatenção tem consequências.
Casos como os dos clientes que precisaram devolver R$ 6 mil poderiam ser evitados. Isto foi má-instrução ou não ter procurado um profissional para ajudar e verificar as possibilidades. O contribuinte simplesmente foi lá e fez. Depois tentar reverter a situação é algo difícil de fazer. Quando você envia uma primeira informação e depois retifica, os dados serão cruzados. Então, você pode cair em uma malha fiscal, sofrer uma notificação e ter que ir presencialmente justificar o que aconteceu. Assim, acaba pagando mais juros, mais multa referente ao que você entregou”, analisa Ayron.
A Receita Federal é totalmente auto-ajuda, tem um manual com todas as respostas. “Mas, o contribuinte acha que não vai ter um problema lá na frente. Fica no deixa a vida me levar, vida leva eu. Então, deixam para última hora e até preferem pagar multa ou esperam receber notificação, preferem que o CPF fique com pendência para correr atrás para regularizar sua situação mediante a Receita Federal”, pontua Aryon.