A perícia de 200 relógios medidores de energia vai continuar após entrevista do presidente da CPI, Felipe Orro (PSDB) ao Estado MS Online à jornalista Keliana Fernandres. Nesta quarta-feira (16), o Tribunal de Justiça derrubou a liminar obtida pela concessionária Energisa que barrava a mais de 1 ano a investigação dos aparelhos no laboratório de engenharia da USP de São Carlos. Agora a CPI da Energisa volta a ativa.
“A CPI continuará com a remoção dos relógios restantes e, por enquanto, está autorizada a periciar estes equipamentos de forma independente e com transparência. Essa é uma vitória de todos os consumidores sul-mato-grossenses”, comemorou o presidente da CPI, deputado estadual Felipe Orro.
Quem divergiu do relator na sessão do Órgão Especial do TJMS, foi o desembargador Sérgio Martins. Ele argumentou que a CPI está revestida de suporte constitucional, não havendo abusos de poder ou ilegalidade em manter a perícia no laboratório de engenharia da USP.
Foi um empate em 5 a 5, com vitória da CPI, pois, por força de lei, o presidente do TJMS, desembargador Carlos Eduardo Contar, precisava se posicionar e foi favorável a derrubada da liminar.
ação
Foi em maio de 2020, que a Energisa moveu ação contra a CPI alegando que o laboratório de engenharia da USP de São Carlos não teria acreditação do Inmetro para aferição dos relógios medidores de energia. De acordo com a resolução da Aneel, a aferição dos relógios pode ser feita pela rede de laboratórios acreditados no Inmetro, ou não, desde que a equipe técnica esteja devidamente habilitada e capacitada, com seus equipamentos calibrados de acordo com os preceitos do Instituto Metrológico.
“Sempre confiei na Justiça e não vamos descansar enquanto não jogarmos luz a esta investigação e assim, darmos esclarecimentos plausíveis aos consumidores sul-mato-grossenses que estão cansados de reclamar nos órgãos de defesa do consumidor quanto aos serviços prestados pela empresa, sobretudo com relação aos aumentos abusivos em suas contas de energia mês após mês”, destaca Felipe Orro.
Orro comemora ainda lembrando que o Ministério Público Estadual (MPE/MS) sempre esteve favorável à derrubada da liminar por entender que não existe irregularidade na realização de perícia nos laboratórios da USP. “A tese de defesa da Energisa caiu por terra. O laboratório da USP de São Carlos está apto e irá realizar a aferição dos relógios. Esta universidade é uma instituição de alta credibilidade e irá fornecer provas irrefutáveis e técnicas atestadas em um laudo. Convocarei os membros da CPI para deliberar sobre os próximos passos”, finalizou Felipe Orro.
A Energisa respondeu em nota oficial sobre a decisão. Confira abaixo:
Nota | Energisa
A Energisa informa que irá aguardar a publicação oficial da decisão para melhor avaliar o caso.
A Energisa reitera que adquire apenas medidores homologados pelo INMETRO, único órgão credenciado em todo o país para aferir as condições metrológicas e técnicas dos equipamentos, em conformidade com a Resolução 414, da ANEEL.
Todos os fabricantes nacionais aprovados pelo INMETRO realizam a verificação inicial em 100% dos medidores antes da aplicação do selo e do número da portaria, que funciona como um ‘CPF’ do aparelho. Este procedimento garante toda rastreabilidade desde a fabricação do equipamento até a sua instalação na unidade consumidora.
A Energisa é uma empresa que trabalha a favor da ética e da transparência, e durante todo o processo sempre esteve aberta ao diálogo, seguindo da mesma forma para prestar as informações necessárias à sociedade e aos representantes do poder público.