Invasão de prédios em bairros residenciais tem causado revolta entre moradores

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Após mudanças, novas construções já são vistas em diferentes bairros da Capital. Foto: Marcos Maluf

População alega diversos prejuízos, dentre eles a falta de privacidade e a desvalorização dos imóveis 

O Estatuto da Cidade é uma lei que tem como objetivo garantir o cumprimento da função social da cidade. Ele estabelece que o planejamento urbano deve ser realizado de forma participativa, respeitando as características e necessidades do bairro.

Com isso, moradores do Carandá Bosque, Chácara Cachoeira, Rita Vieira, São Bento, Bela Vista e Itanhangá pedem apoio das autoridades contra a construção de prédios nos bairros, alegando a falta de privacidade e desvalorização do imóvel.

Marco Antônio Miranda Mendes reside no Chácara Cachoeira desde 2016, ele elenca alguns dos problemas.

“O primeiro é que o adesamento concentra a população em um bairro eminente horizontal, onde os moradores adquiriram seus imóveis antes de 2018, quanto tinham a garantia de que nesse bairro não seriam construídos prédios. Em 2018, houve uma mudança no Plano Diretor, que atualmente permite a construção de prédios de forma quase que indiscriminada, ao lado de casas pré-existentes”, disse o morador.

Uma outra moradora antiga do bairro, que preferiu não se identificar, explica que o valor econômico está sendo colocado acima do interesse e qualidade de vida.

Contra a construção ilegal de prédios em bairros da Capital, o ex-vereador de Campo Grande, Marcelo de Moura Bluma, relatou, ao jornal O Estado, diversos problemas que podem ser vistos no futuro, com a expansão ilegal de torres, em alguns bairros.

Bluma afirma que a ação deve desvalorizar as casas já existentes na região. “Dificilmente, quando um morador conseguirá vender uma residência que fica ao lado de prédios, é sabido que não haverá privacidade. Desde 2022, lutamos contra essa expansão, que tira a privacidade, causa transtornos e ainda afeta o trânsito”, revelou.

As construções consideram o coeficiente de ocupação, nível de elevação do bairro e a zona urbana. “O bairro era classificado como área residencial, mas, a partir de 2018, essa classificação mudou, devido à distorção dos índices urbanísticos”, explica.

A Prefeitura de Campo Grande não respondeu aos questionamentos. O Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul) enfatizou a necessidade de garantir a solidez das edificações, assim como a promoção de práticas que minimizem o impacto ambiental e contribuam para o desenvolvimento urbano.

“O conselho reconhece ainda a importância do diálogo contínuo com a comunidade, lideranças públicas e demais partes interessadas. A participação ativa dos moradores é também essencial para o desenvolvimento de soluções que atendam às necessidades, sejam de saneamento, pavimentação ou ordenamento de trânsito.”

Por – Thays Schneider

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