Indígenas recebem mais de mil cestas de alimentos

Indígenas recebem mais de mil cestas de alimentos

Indígenas recebem mais de mil cestas de alimentos do projeto Ânimo (Ñande Retea’e). A ação aconteceu nesta sexta-feira (06). Foram atendidas cerca de 330 famílias do Povo Original, em Dourados, nas aldeias Bororó e Jaguapiru, da Reserva Indígena da região.

As cestas são pensadas pela equipe voluntária do curso de Nutrição da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Além de alimentos não perecíveis e perecíveis, como frutas, verduras, legumes, carnes e ovos, também foram doados materiais de higiene pessoal e doméstica.

Os indígenas receberam material informativo com  produtos, todos escritos na língua Guarani. A cartilha ensina como manter uma alimentação saudável. O conteúdo também ensina o preparo do feijão, charque, fubá pré-cozido e como tratar a água para consumo. 

Origem

Todos os produtos são de produtores naturais locais, comprados por meio da Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS) e as cestas montadas por voluntários. Eles se organizaram em mutirão de dois dias para seleção, pesagem e embalagem dos produtos, na sede da Cooperativa dos Produtores Orgânicos de MS.

Esta é a segunda ação do projeto. As atividades  são impulsionadas pelo economista Eduardo Moreira. Mas, quem está á frente da iniciativa coordenando o projeto é Tiago Botelho. Para ele matar a fome requer reflexão, conhecimento e empatia. “O que se doa é o que você tem ou gostaria de ter no prato do dia a dia: variedade e saúde. Este foi o foco em todo o processo de busca por produtos.”, refletiu.

Assim, destaca Tiago, “ter acesso a alimentos deveria ser dever do Estado e, nessa ausência, contamos com a força e a dedicação coletiva. Para nós, comer é um direito e a fome não espera”. 

PROJETO ÂNIMO (Ñande Retea’e) 

O projeto Ânimo (Ñande Retea’e) surgiu como resultado da campanha de doação de recursos aos indígenas de Dourados e região impulsionada pelo economista Eduardo Moreira. 

Indígenas e não-indígenas são voluntários e mdiversas áreas do conhecimento, para a gestão dos recursos e execução de atividades, materializadas em compras de alimentos em ações emergenciais e de impacto estruturante de médio e longo prazo, para a garantia da segurança e soberania alimentar. 

Também é intenção do projeto ser um espaço livre para compartilhamentos e inspirações de atitudes conjuntas, debates saudáveis para a desconstrução de conceitos cristalizados e estereotipados sobre os indígenas. E, partindo das próprias definições na cultura dos Guarani, Kaiowá e Terena, propor um trabalho com autonomia, intenção, inclusão e ânimo. 

A campanha de doação, denominada “Vakinha” (ID: 2099453), promovida em maio de 2021, contou com 4875 apoiadores e arrecadou cerca de R$ 500.000,00 que serão aplicados para atender famílias indígenas de Dourados e região. Uma primeira ação já foi desenvolvida e contemplou indígenas da aldeia Nhuverá, com a entrega de 100 cestas de alimentos.

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