Indígenas querem visibilidade dos povos originários

Dia marca visibilidade dos povos originários

Indígenas querem visibilidade dos povos originários. “O Dia Internacional dos Povos Indígenas busca garantir os direitos essenciais à educação, saúde, cultura, terra e bem-estar entre as inúmeras variedades étnicas”, destaca Gleycielli Nonato do Povo Guató.

Dia marca visibilidade dos povos origináriosGleycielli é poeta, escritora, comunicadora e produtora cultural. Moradora do município de Coxim, ela destaca a (re) existência urbana ou na sua comunidade dos primeiros povos. “E visto a situação a qual os originários do Brasil estão passando em PECs que retrocedem princípios básicos humanos, temos que usar esse 09 de Agosto para ter e dar visibilidade aos originários. É uma data de luta”, avalia.

Dia marca visibilidade dos povos origináriosPara ela, o simples fato de acordar é saudar a Mãe-Terra e saber que Ela está ali, é ser indígena. “É muito difícil definir isso porque está em mim. É minha essência e no meu sangue. Está na minha veia, no jeito que coou café com pó de guaraná. Está no fato de eu gostar de andar descalça – ainda mais que moro em uma chácara –  está no agradar com o vento, o sol, a sombra e no tereré com ervas e raízes. Está no meu acordar e no meu dormir. Sempre fiz isso e sempre fui assim”, relata Gleycielli.

Visibilidade

Indígenas querem visibilidade dos povos origináriosEla como artista, escritora e comunicadora que é sabe que as pessoas a veem como um mulher visível originária do Povo Guató. “A visibilidade e a representatividade importam. Então, quanto mais eu vejo indígenas ocupando espaços como protagonistas dos espaços políticos-sociais, artísticos e jornalísticos fico feliz porque nesses lugares estão sendo preenchidos pelos originários”, reflete Gleycielli  Nonato.

A artista aponta ainda que por muito tempo os indígenas tiveram que ficar na linha onde se caso morasse na cidade era “menos índio” porque não mora na comunidade e se mora na comunidade não tinha direito de usufruir o que as pessoas usufruem dentro da cidade internet, celular roupas ditas como normais. “Usar esses espaços artísticos é minha maneira de mostrar que o Povo Guató existe, resiste e o Pantanal está aqui e é nosso”, concluiu.

povos originários

Dia marca visibilidade dos povos origináriosPara o cacique Silvio Hotencio Fialho Terena, da Aldeia Paravá, em Campo Grande, essa data comemorativa de conscientização de hoje é desconhecida. “Poucas pessoas sabem deste dia. Nem no calendário fala. É uma data muito especial para nós, indígenas, pela inclusão na sociedade, garantir a preservação da nossa cultura ,combater o preconceito e o racismo contra os povos originários. Salve salve  salve todos indígenas do Brasil”, declarou. 

Já de Aquidauana, tem o Pastor João Carlos Vieira, etnia Terena, da terra indígena Taunay-Ipegue, que conta a história de 09 de agosto. Atualmente ele mora na aldeia urbana de Campo Grande.

“O Dia Internacional dos Povos Indígenas é comemorado anualmente no dia 09 de agosto. A principal proposta desta data é conscientizar sobre a inclusão dos povos indígenas à sociedade alertando sobre seus direitos, pois muitas vezes são discriminados ou excluídos da sociedade”, pontua e reforça em seguida:

“A finalidade é garantir a preservação da cultura tradicional de cada um dos povos indígenas como fonte primordial da sua identidade. A data ainda presta homenagem a todas as contribuições culturais e sabedorias milenares que estes povos transmitiram para as mais diversas civilizações no mundo”, explica Vieira.

garantias

O Censo de 2010 aponta mais de 800 mil indígenas repartidos em aproximadamente 305 etnias diferentes com cerca de 274 idiomas, de acordo com João Vieira. Tais dados mostram que no Brasil ainda existe uma população indígenas expressiva e que deve ser preservada.

A origem do marco veio da Unesco em 23 de dezembro de 1994, por meio da resolução 49/214 formulou os direitos. “A primeira (comemoração da data) foi em 09 de agosto de 1995, marcando o início da primeira década Já, em 2007, para comemorar a segunda década, foi aprovada a Declaração das Nações Unidas”. 

Depois enumerou: “Entre eles estão: Inibição de remoção dos indígenas de seus territórios de modo forçado, direito a utilização da educação e divulgação dos seus idiomas próprios, à nacionalidade própria, crenças espirituais com liberdade, garantia e preservação da integridade física e cultural dos povos indígenas”, concluiu João Carlos Vieira. Ele também conclama que indígenas querem visibilidade aos povos originários.

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