Os partidos pró-democracia conquistaram uma vitória esmagadora nas eleições em Hong Kong, obtendo uma grande maioria dos assentos para vereadores distritais. O resultado serve como termômetro de apoio político ao movimento por trás dos protestos iniciados em junho e que, desde então, tomaram a região.
A contagem praticamente encerrada se deu às 7h30 da segunda-feira (25) em Hong Kong (20h30 de domingo no horário de Brasília).
As eleições transcorreram ao longo do domingo num clima de calma, o que resultou num afluxo maciço de eleitores às urnas. A taxa de participação foi recorde, de 71,2%, a mais elevada da história de Hong Kong.
O bloco pró-democracia, que defende a autonomia do território em relação à China, ficou com 351 dos 452 assentos em disputa. Os números representam uma ascensão meteórica, que quase triplica as cadeiras das eleições municipais de 2015.
Os candidatos pró-estabelecimento, alinhados com a China, garantiram apenas 45 conselheiros distritais, um cargo de pouca relevância política.
O resultado coloca a Chefe do Executivo, Carrie Lam, numa situação difícil. Os partidos pró-democracia defendem práticas como o sufrágio universal, o voto direto do Chefe de Governo (hoje eleito por uma comissão de 1.200 pessoas, chancelada por Pequim) e uma maior autonomia para Hong Kong, uma antiga colônia britânica, em relação à China.
Em junho, protestos pacíficos foram deflagrados para exigir a suspensão de uma lei de extradição com a China, a qual já foi anulada. As manifestações, porém, continuaram e duram quase seis meses, com mais exigências e, nas últimas semanas, tornaram-se mais violentos. (João Fernandes com EFE)