Tema polêmico foi alvo de discussão em que secretário estadual de Saúde Geraldo Resende afirmou ser a favor
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) declarou durante lançamento de obra no Aquário do Pantanal, ontem (28), que o governo do Estado segue orientação do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança da Economia) e que neste momento não prioriza a proposta de passaporte da saúde. Já, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) afirma que aguarda decisão da Câmara de Campo Grande, onde tramita o projeto e fará consulta à população para definição. Polêmica, a proposta foi defendida pelo secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, durante audiência pública.
O governador, que é do mesmo partido de Resende, disse que em discussão com equipe do Prosseguir realizada na segunda- -feira (27) foi decidido entre os membros da composição não optar pela adesão ao passaporte, por enquanto. “Esse negócio do passaporte da saúde não é uma validação do Prosseguir. Tanto que ontem teve essa discussão e praticamente unânime no grupo do Prosseguir, que nós não vamos encaminhar projeto de lei e não vamos discutir isso neste momento. Se lá na frente for necessário, é uma discussão para o momento. Agora, é uma discussão que não faz parte das prioridades do Prosseguir”, declarou o governador.
Questionado se é uma postura isolada do secretário, o governador Reinaldo negou, e afirmou que Geraldo “deve ter alguém da equipe que defende isso”. “Mas, o Prosseguir não defendeu isso. Tanto que foi votado e discutido e não teve aprovação. Então, não é uma decisão do governo. O governo segue as orientações do Prosseguir.”
Questionado durante agenda no Parque Ayrton Senna, o prefeito Marquinhos Trad não se posicionou favorável ou contra. Evitando entrar na polêmica, Trad disse apenas que aguardará a decisão da Câmara onde o projeto ainda passa por comissões até ir à votação. O chefe do Executivo ponderou que a sociedade precisa ser consultada e que ele irá ouvir a vontade do povo.
Audiência pública
Em audiência realizada na Câmara na segunda-feira (27) para discutir o tema, houve protestos de grupos bolsonaristas e pessoas antivacina. Com ânimos exaltados desde o início da discussão, os grupos críticos à proposta se manifestaram exaustivamente, atrapalhando o momento de fala de várias autoridades. Foram interrompidos, o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho; os deputados Pedro Kemp e Amarildo Cruz, e até mesmo os proponentes Camila Jara e Ayrton Araújo.
O pico da confusão ocorreu quando o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, tentou argumentar e foi atacado por parte dos manifestantes. Ele revidou chamando os bolsonaristas de “nazistas e fascistas da atualidade que não irão prosperar”. O gestor declarou a incoerência do grupo que citava “liberdade” naquele momento, mas que outrora pedia intervenção militar e fechamento do STF. Ele é a favor do passaporte da saúde e deixou claro que vai apoiar a proposta tecendo crítica aos negacionistas. (Texto: Andrea Cruz)