Doença silenciosa atinge 15 mil pessoas em Mato Grosso do Sul e a que mais causa cegueira em população
O glaucoma é uma doença silenciosa que pode levar a perda total da visão e atinge cerca de 15 mil pessoas em Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, quatro unidades são referências para o tratamento da doença na rede pública, como a Santa Casa, Hospital São Julião, Cem (Centro de Especialidades Médicas) e Hospital Universitário. Nesses locais, os pacientes realizam acompanhamento, passam por exames e, se necessário, até por cirurgias.
Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), até o mês de abril 573 pessoas estavam realizando consultas de acompanhamento para o tratamento da doença, 40% a menos se comparado ao mesmo período do ano passado quando foram atendidos 949 pacientes. As causas dessa queda na procura ainda são desconhecidas, podem ou não estar relacionadas com a pandemia, mas preocupam, já que, conforme especialistas, o glaucoma é a doença que mais deixa as pessoas cegas no Brasil.
No SUS (Sistema Único de Saúde) o paciente passa primeiro por uma consulta em uma unidade de saúde e, a partir daí, é encaminhado para um oftalmologista que vai realizar exames e, se identificado o glaucoma, passa pelo tratamento adequado que envolve o uso de colírios e, em alguns casos, cirurgia.
Doença silenciosa
O médico oftalmologista especialista em glaucoma e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), doutor Luiz Taranta, explica que o glaucoma é a perda visual causada pelo aumento da pressão ocular e atinge, pelo menos, 2% da população.
“A pressão do olho vai subindo e esse aumento vai causando uma lesão no fundo do olho, uma região do nervo óptico. As células que a gente usa para enxergar estão no fundo olho e essas células vão morrendo. O glaucoma é a morte das células que nos fazem enxergar”, explicou. A doença pode atingir de crianças a adultos, mas as pessoas acima dos 40 anos precisam redobrar os cuidados.
“Em alguns casos a criança nasce com o glaucoma, mas a idade principal é acima dos 40, é uma faixa etária onde o risco do glaucoma é maior. Mas têm alguns outros grupos de pessoas que têm mais riscos, como os diabéticos, os míopese as pessoas de raça negra.”