Diferente do que foi apontado pelo prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (de que a fila de espera é composta por pacientes do interior, mas que utilizam da conta de água e luz de residência local, onde estão hospedados), o secretário de Saúde, Geraldo Resende rebateu e destacou que 88% dos pacientes são residentes de Campo Grande e que, de todos os leitos montados, não existe nenhum bancado somente pelo município.
“De todos os leitos montados em Campo Grande não existe nenhum sequer bancado somente pelo município. Todos são financiados pelo governo estadual junto com Campo Grande. A Capital recebe recursos pelos pacientes que são atendidos da micro ou macrorregião, não apenas do governo federal, mas do estadual para atendê-los”, ressaltou Resende. Ao todo 34 pacientes já foram encaminhados a outros estados por falta de leitos.
A coordenadora da Mesa Diretora do Conselho Municipal de Saúde, Maria Auxiliadora Ribeiro Vilalba Fortunato disse, por meio de assessoria, que a disponibilização de leitos nunca foi imediata, a fila nunca foi zerada é sempre um fluxo de espera rotativa. “A gente sabe que a coisa não é bem assim, está preocupante. Quando há abertura de leitos é porque o paciente morreu”, afirmou a secretária. Ela ainda garantiu que houve ampliação dos leitos de UTI de 116 para 354 e também aconteceu um aumento de demanda.
Mato Grosso do Sul
Segundo números divulgados pelo governo do Estado, Mato Grosso do Sul se encontra em um dos piores momentos da pandemia contra a COVID-19, com média diária de 40 mortes e 1.605 casos novos. Ao todo, o Estado tem 156 pacientes com o coronavírus aguardando por leitos, sejam clínicos ou de UTI. De acordo com Geraldo Resende, a queda já é reflexo das medidas mais restritivas que municípios e o próprio Estado vêm implantando.
“É um pequeno decréscimo, mas também já chegamos a ter mais de 270 pacientes na fila. Esse feito é resultado de algumas medidas mais rígidas a municípios que teimam em não seguir as regras do Prosseguir”, assegurou Resende.
Nesta quarta-feira (16), no Estado, a taxa de ocupação na macrorregião de Dourados era de 91% e a fila de espera por leitos tinha apenas 24 pacientes. O que mostra, segundo Geraldo, que o lockdown aplicado pela Prefeitura de Dourados ainda surte efeitos. O boletim epidemiológico de ontem, apontava que 1.789 novos casos foram registrados em Mato Grosso do Sul com 67 mortes e 1,12% de taxa de contágio.
Matéria editada do impresso Jornal O Estado MS.