O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, afirmou nesta quarta-feira, 6, que o governo do presidente Jair Bolsonaro não tem qualquer tipo de intenção de adotar medidas autoritárias ou que tenham relação com uma ditadura.
Heleno participa como convidado de audiência pública realizada pela comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia sobre o monitoramento dos movimentos sociais, em especial dos povos indígenas. O convite já havia sido feito ao ministro antes das declarações que ele deu na semana passada ao jornal O Estado de S. Paulo em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que sugeriu a necessidade de “um novo AI-5” para conter uma possível “radicalização” da esquerda no País.
“Em nenhum momento eu falei a favor do AI-5 ou que ele poderia ser utilizado. Já afirmei em outras ocasiões que o AI-5 foi editado em uma conjuntura completamente diferente da atual”, disse. O ministro ressaltou que a Constituição de 1988 possui instrumentos que asseguram a ordem e a estabilidade social para momentos de crise.
Por causa de suas declarações, a oposição chegou a protocolar cinco pedidos de convocação do ministro, mas eles ainda não foram analisados. Na entrevista, Heleno também comparou a dificuldade para emplacar uma regra como o AI-5 ao ritmo lento que tramita no Congresso o pacote anticrime de Sergio Moro. Em resposta, Maia tachou Heleno de “auxiliar do radicalismo de Olavo”, numa referência ao “guru” do bolsonarismo Olavo de Carvalho.
Em conversas reservadas ontem, Maia afirmou que a convocação de Heleno serviria como um recado ao governo e aos filhos do presidente Jair Bolsonaro de que o Parlamento não ignorará os ataques. Na última semana, Bolsonaro postou um vídeo no qual partidos aparecem como hienas. (Portal Terra)