Gasolina sobe 3,3% a partir de hoje e litro fica R$ 0,07 mais caro

GASOLINA -E ETANOL
Valentin Manieri

Nas refinarias a alta será em média de R$ 0,09 por litro do combustível

A Petrobras subirá o preço da gasolina em 3,3% a partir desta quinta-feira (12). É o segundo aumento consecutivo, após corte realizado em junho. O preço do diesel não terá elevação. Segundo a estatal, o reajuste médio é de R$ 0,09 por litro, elevando o preço de venda em suas refinarias a R$ 2,78 por litro.

Até chegar aos postos, o valor ainda é acrescido de impostos e margens de distribuidores e postos. Em Mato Grosso do Sul a previsão do Sindicato dos Postos de Combustíveis (Sinpetro) é de que o custo seja acrescido de R$ 0,07 por litro. Nesta semana pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontava que no Estado o custo médio da gasolina era de R$ 5,828, com valor mínimo de R$ 5,569 e o maior a R$ 6,330.

Já na Capital, o preço médio foi encontrado a R$ 5,744, o menor a R$ 5,565 e o maior a R$ 5,929. Em nota divulgada ontem (11), a empresa destacou qual sua contribuição para o preço médio final da gasolina, que passará a ser de R$ 2,03 por litro, já que o produto vendido nos postos recebe 27% de etanol anidro.

O reajuste é anunciado mais de um mês após a última alta, reforçando a percepção de que a Petrobras reduziu a frequência de ajustes de preços após a posse do general Joaquim SIlva e Luna no comando da companhia. Nos comunicados de reajustes dos combustíveis, a Petrobras afirma que segue buscando equilíbrio com o mercado internacional, mas que “busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”.

Silva e Luna foi escalado pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da estatal em seu governo, em meio a fortes pressões contra a escalada nos preços dos combustíveis do início do ano.

A inflação dos combustíveis, que atingiram valores recordes em 2021, tem impactado a popularidade do presidente, que já cortou impostos federais sobre diesel e gás de cozinha, mas sem resultados no preço final dos produtos.

Nessa quarta (11), em mais uma ação, Bolsonaro assinou MP que libera a venda de combustíveis de outras marcas e a venda de etanol diretamente das usinas para os postos, mudanças que encontram resistência entre as maiores distribuidoras de combustíveis do país.

Na cerimônia de assinatura, voltou a defender que a escalada nos preços não é responsabilidade do governo federal e a culpar governadores pela diferença entre os preços de refinaria e os valores praticados nas bombas.

“O governo estadual cobra ICMS também na margem de lucro, no transporte, cobra no PIS/Cofins e cobra também no ICMS”, afirmou. “Não compensa reduzir o preço na refinaria. Quando abaixa cinco centavos, na ponta da linha continua sendo o mesmo preço.”

Com a venda de combustíveis a preços historicamente elevados, a Petrobras registrou lucro de R$ 42,8 bilhões no segundo trimestre e decidiu antecipar a distribuição de R$ 31,6 bilhões em dividendos a seus acionistas. Maior sócio, a União ficará com R$ 9 bilhões. (Rosana com Folhapress)

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