Gasolina é encontrada a R$ 5,39 após retomada de tributos

Gasolina
Foto: Nilson Figueiredo

Etanol está custando R$ 3,95, no valor mais caro pesquisado

Após o retorno da cobrança dos tributos federais (PIS/Cofins e Cide), o litro da gasolina já é encontrado a R$ 5,39 em Campo Grande. Entre 15 postos de combustíveis pesquisados pelo jornal O Estado, a diferença chega a R$ 0,53 ou 10,91%. 

Em relação ao etanol, o litro varia entre R$ 3,64 e R$ 3,95, uma diferença de R$ 0,11 (8,52%). 

A variação significativa evidencia ainda mais a necessidade de fiscalização por parte da Procon estadual. Em nota, o órgão informou que os preços dos combustíveis no Brasil respeitam o livre-mercado e não operam por tabela. 

Ele salienta ainda que a função do órgão é planejar, coordenar e executar as políticas de proteção e defesa do consumidor, em Mato Grosso do Sul. 

Consumo 

Conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o consumo do etanol hidratado no Brasil caiu 8,11%. Em 2022, foram demandados 15,53 bilhões de litros do biocombustível, contra 16,79 bilhões de litros, em 2021. 

Já em Mato Grosso do Sul, foram consumidos 178,8 milhões de litros e, ano passado, o número reduziu para 147,2 milhões, uma diferença de 17% entre os dois anos. 

“Atualmente, as usinas estão produzindo muito mais açúcar do que álcool. No entanto, com a cobrança menor de impostos e com o aumento da produção de cana, irá acabar aumentando a produção do etanol”, acredita o economista Enrique Duarte. 

Indagado sobre a tendência de aumentar o consumo de etanol, Duarte explica que “pelo imposto mais baixo cobrado para o etanol, se comparado com a gasolina, os impostos federais como PIS, Cofins e Cide têm uma incidência menor sobre o etanol, com o objetivo de ter um impacto menor sobre o meio ambiente”, destaca. 

Na visão do diretor-executivo do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes), Edson Lazarotto, a tendência do cliente é procurar algo mais acessível para ele. “A tendência do consumidor é procurar sempre o mais barato. Principalmente na escolha do etanol, que é um produto que atende normalmente toda a frota flex”, destaca.

Qual compensa mais?

Analisando o preço do etanol, aparentemente, parece ser mais acessível. Porém, o economista, Enrique Duarte afirma que ainda não está compensando que os sul-mato-grossenses abasteçam com etanol. 

“Apenas em dois Estados está compensando fazer a mudança do produto, que são nos Estados de Mato Grosso e Amazônia, onde os preços do etanol estão abaixo dos 70%, comparado com a gasolina”, explica. 

Para fazer a conta, basta pegar o valor encontrado para a gasolina e multiplicar por 0,7. Se o resultado der menor que o preço do etanol, é a gasolina que compensa mais. Caso contrário, o etanol está compensando.

Na prática, em um determinado posto de Campo Grande, o litro da gasolina foi encontrado por R$ 5,39 e o etanol por R$ 3,95. Ao multiplicar R$ 5,39 (gasolina) por 0,7, o resultado obtido é R$ 3,77. Ou seja, é menor que os R$ 3,95 cobrados no etanol. 

Distribuição de impostos

Ao abastecer, o consumidor arca com os seguintes custos – R$ 0,90 (distribuição e revenda); R$ 0,84 (custo etanol anidro); R$ 0,87 (ICMS); R$ 0,47 (impostos federais); R$ 2,26 (parcela Petrobras). Os dados têm base na formação de preços divulgada pela Petrobras.

Por Brenda Leitte  – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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