Gasolina dá sinais de queda e passa a custar R$ 6,49 na Capital

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Por Izabela Cavalcanti e Taynara Menezes – Jornal O Estado MS

O preço do litro da gasolina, vendida em Campo Grande, tem oscilado bastante nos últimos dias, o que acaba refletindo nas bombas. Surpreendentemente, ontem (28), alguns postos baixaram o combustível em, aproximadamente, R$ 0,35, algo que muitos condutores esperavam há tempos.

A equipe de reportagem do jornal O Estado percorreu cerca de sete estabelecimentos para conferir as alterações. Segundo o diretor-executivo do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, a queda é fruto da redução dos impostos federais. “O governo federal reduziu os impostos PIS/Cofins e CIDE da gasolina e do etanol”, explicou. “Tudo que reflete em queda de preços, sempre será bem- -vindo para todos”, acrescentou.

Preços

O menor preço do litro foi encontrado na região Central, entre a Rua Maracaju e Calógeras. No local, a queda foi de 3,85%, saindo de R$ 6,75 para R$ 6,49. O gerente comercial Claudio Henrique conta que dois fatores são levados em conta na hora de passar o preço para as bombas, a concorrência e a nota fiscal.

“Levamos em consideração a concorrência, que no centro tem muitos estabelecimentos, um do lado do outro. Então, buscamos sempre oferecer um valor mais em conta, além da nota, estamos sempre de acordo com as refinarias e, com isso, temos tido um bom movimento já.”

No posto localizado na Avenida Costa e Silva, o litro, que custava R$ 6,84, caiu para R$ 6,54. O gerente comercial Rafael Echeleu explica que o método de venda do estabelecimento acompanha os valores nas refinarias.

“A gente recebe a nota do dia, verifica se teve aumento ou baixou, diante disso passamos para o cliente. É tudo inconstante, não temos como falar que esse será o mesmo valor, porque as refinarias vivem essa oscilação, nós sempre passamos para a bomba”, afirmou.

Em outro posto, na Avenida Salgado Filho, a redução já reflete no movimento do local. A gasolina, que antes custava R$ 6,85 o litro, passou para R$ 6,54. “Lógico que essa redução é boa para nós, com o preço baixando, consequentemente, melhora o consumo e aumenta nossas vendas”, argumenta o gerente operacional, que preferiu não se identificar.

Além desses estabelecimentos, outros postos de Campo Grande também apresentaram valores reduzidos. Na Avenida Três Barras, o litro está por R$ 6,53. Outros três pontos visitados pela reportagem: Jardim Tiradentes, Vila Pioneira e Joquei Club, comercializam o combustível com o mesmo preço, a R$ 6,54 o litro.

Outros fatores

A queda do combustível também pode estar relacionada a outros fatores, o que acaba refletindo, também, no preço do etanol e do barril do petróleo. A gasolina vendida nos postos deve ser misturada com etanol anidro. Com isso, conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis), a média do litro do etanol, em Mato Grosso do Sul, saiu de R$ 5,17, do dia 12 a 18 de junho, para R$ 5,08, do dia 19 e 25 de junho.

Neste caso, a retração foi de 1,73%. Segundo o Cepea/Esalq (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), nas usinas o etanol também teve variação negativa de 7,29%. No dia 27 de maio, estava R$ 3,84.

Já no dia 24 de junho passou para R$ 3,56. Já em relação ao barril do petróleo, no dia 8 de junho, o preço do barril estava sendo cotado em US$ 119,97. Até o fechamento desta matéria, ontem (28), estava a US$ 115.

Impostos – O projeto de lei que limita entre 17% e 18% o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) foi aprovado, e já foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro. A Lei Complementar nº 194, de 23 de junho de 2022, está publicada em edição extra do Diário Oficial da União, e classifica os combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo como itens essenciais.

Além disso, a li também reduz os impostos federais PIS/ Cofins até 31 de dezembro de 2022. Em Mato Grosso do Sul, o ICMS sobre o diesel é de 12%. Enquanto a gasolina é de 30% e o etanol, 25%. Já na energia é de 17% para consumos de 50 a 200 a cada kWh (quilowatts/hora); 20% (de 201 a 500 kWh) e 25% (acima de 50 kWh).

Arrecadação

Conforme dados do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), de janeiro a dezembro de 2021, Mato Grosso do Sul arrecadou R$ 4,62 bilhões, com energia elétrica e combustíveis. Deste total, os combustíveis representam R$ 3,83 bilhões. De acordo com o tributário fiscal e diretor do Observatório Econômico, do Sindifiscal-MS (Sindicato dos Fiscais Tributários Estaduais de Mato Grosso do Sul), Clauber Aguiar, a previsão de perda de arrecadação com a limitação do ICMS, para Mato Grosso do Sul, é entre R$ 500 e R$ 550 milhões.

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