Hospital El Kadri disponibilizará 30 leitos pediátricos para atendimentos à rede pública
O aumento de atendimentos pediátricos na Capital tem ocorrido devido à vulnerabilidade, envolvendo a mudança climática abrupta e aglomerações em ambiente escolar. A alta dos casos tem deixado as unidades de saúde, tanto pública quanto privadas, sem leitos suficientes para suprir a demanda. Com isso, o secretário municipal de saúde, Sandro Benites, voltou a relembrar a necessidade de um centro de atendimento pediátrico.
A problemática trouxe à tona o debate de ter um centro pediátrico, como aconteceu em 2014, quando o então prefeito Alcides Bernal comprou 35 leitos do antigo hospital Sírio Libanês. O centro atendia de 400 a 500 pacientes diariamente em um prédio, localizado na avenida Afonso Pena. Desde que encerrou o contrato, em 2015, ele alegou prejuízo de R$ 9,6 milhões e os atendimentos infantis voltaram a ser distribuídos entre as unidades de pronto atendimento, onde são realizados até hoje.
Conforme a Sesau, entre o último sábado (1º) e domingo (2), foram atendidas 2.283 crianças nas UPAs e CRSs, sendo 70% sintomáticos respiratórios, ou seja, apresentando sintomas gripais. Atualmente, cerca de 40 crianças se encontram com pedido de transferência para hospitais.
Devido à alta demanda, a prefeitura da Capital informou que realizará um chamamento para contratualização de novos leitos hospitalares, para os hospitais particulares. Serão contratados novos leitos clínicos e de UTI, para desafogar os hospitais que hoje são referência no atendimento para pacientes pediátricos com dengue e síndromes respiratórias. Essa informação foi confirmada pelo secretário municipal de saúde, Sandro Benites, que explicou a situação.
“Estive, esse final de semana, em todas as unidades 24h e vi um cenário muito próximo ao que a gente viu na covid, só que em vez de adultos eu vi bebês, às vezes com menos de um mês de vida, precisando de oxigênio, mães desesperadas, fomos buscar ajuda na iniciativa privada. Abrimos o edital para quem tivesse interesse na contratualização de leitos. Agora, temos o hospital Cassems, hospital São Julião, hospital Unimed e hospital do Pênfico.”
A respeito do centro pediátrico, o secretário disse é que a favor de uma unidade de atendimento exclusivo para crianças. “Estamos fazendo tratativas para que isso aconteça novamente. A previsão é para o ano que vem”, explicou Benites.
O hospital geral El Kadri esteve presente na reunião emergencial, na Prefeitura de Campo Grande. Entendendo o cenário e a necessidade da abertura de leitos, o hospital ofertará até 30 leitos de pediatria clínica, com início em até 10 dias, após credenciamento.
“Como já é tradição do hospital geral El Kadri, nossa estrutura está sempre disponível para enfrentamento das emergências em saúde no âmbito de Campo Grande e Mato Grosso do Sul”, ressalta o presidente do Conselho de Administração, Dr. Mafuci Kadri.
Para o médico pediatra Dr. Alberto Jorge Félix Costa, é possível notar esse aumento no número de casos de crianças com problemas respiratórios, tanto virais como bacterianos, depois da volta às aulas.
“Neste cenário, o cuidado principal é quando a criança começa a apresentar sintomas respiratórios, primeiro levá-la a uma consulta com um pediatra. O ideal é que a criança não vá para a escola, especialmente as crianças pequenas, que ficam mais juntas, trocando brinquedos”, citou.
Atendimento sem agendamento
Sesau disponibilizará pediatras para atendimento sem agendamento, das 7h às 19h. De forma emergencial, as consultas podem ser realizadas nas seguintes unidades: Clínica da Família Iracy Coelho, Clínica da Família Portal Caiobá, Clínica da Família Nova Lima, USF Batistão, USF Coophavila, USF Itamaracá, USF Noroeste, USF Jardim Presidente, USF Moreninha, USF Oliveira, USF Paulo Coelho Machado, USF Santa Emília, USF Serradinho, USF Tiradentes e USF Vida Nova.
Por Camila Farias – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul
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