Falta de acessibilidade nas obras do centro dificulta rotina de pedestres em Campo Grande

Calçadas
Foto: Lethycia Anjos/O Estado Online

Passear pelo centro de Campo Grande tem se tornado uma tarefa difícil aos pedestres campo-grandenses, em especial as pessoas com deficiência que necessitam de rampas e equipamentos de acessibilidade. Desde o início do ano, a região central passa por obras que integram a segunda etapa do Reviva Campo Grande e gera diversas interdições pela cidade.

As obras compreendem a revitalização das calçadas, apesar do projeto ter o objetivo de ampliar o acesso e oferecer maior acessibilidade a população, enquanto as reformas são realizadas pedestres e pessoas com deficiência encontram dificuldade para se locomover.

Basta caminhar por alguns trechos da região central para identificar locais onde o acesso a pessoas com deficiência não existe. A falta de acessibilidade também dificulta o trânsito de idosos, neste trecho da Rui Barbosa é possível observar um homem caminhando em meio a terra e tábuas para chegar a uma loja.

Calçadas

Foto: Lethycia Anjos/O Estado Online

Calçadas

Foto: Lethycia Anjos/O Estado Online

Apenas fitas de sinalização unidas por cones separam a passarela de pedestres dos carros e motos que trafegam por uma das vias mais movimentadas da Capital. Em outro ponto da Rui Barbosa um pedestre se aventura andando na beira da fita para fugir das obras.

Outro problema identificado é falta de sinalização adequada para deficientes visuais, como foi implementado na Avenida Afonso Pena, em frente a prefeitura.

Presidente da Associação de Mulheres com Deficiência de Campo Grande, Mirella Ballatore relata que após a revitalização da 14 de julho as calçadas se tornaram acessíveis para pessoas com deficiência, contudo, diversas lojas do centro seguem sem se importar com a acessibilidade.

“Falta acessibilidade para pessoas com deficiência entrarem nas lojas, a rua está acessível mas, o comércio não. A revitalização da 14 foi inaugurada em 2019, estamos em 2022 e a acessibilidade barata e meia boca que fizeram nas lojas são ridículas e a maioria nem isso têm”, disse.

Mirella ressalta que apesar dos transtornos ocasionados pelas obras o comitê de acessibilidade e mobilidade do Reviva mantém o diálogo com a Associação para ouvir as demandas das pessoas com deficiência.

Foto: Divulgação

 

 

 

 

 

Em março deste ano, uma mulher de 49 anos, com deficiência, caiu após perder o equilíbrio ao apoiar uma de suas muletas em um ponto de desnível na calçada da Rua Rui Barbosa.

Para auxiliar os pedestres, O Estado Online identificou os locais onde as calçadas seguem interditadas, são eles: Rui Barbosa, entre a Afonso Pena e Mato Grosso; Pedro Celestino, entre a Maracaju e Afonso Pena; Padre João Crippa, entre a Afonso Pena e Marechal Rondon; Marechal Rondon, entre a Padre João Crippa e José Antônio; Dom Aquino, entre a José Antônio e Rui Barbosa; Barão do Rio Branco, entre a Rui Barbosa e Pedro Celestino.

As obras de revitalização do microcentro estão orçadas em R$ 60 milhões, financiados pelo BID (Banco de Desenvolvimento Interamericano), com previsão de conclusão em 15 meses.

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