Além do pânico já instalado, a partir de informações da repercussão do quanto se propaga o novo coronavírus, a China, bem como outros países, tem sofrido com o medo gerado a partir de fake news sobre a doença. Um exemplo disso, é o vídeo de uma pessoa comendo um morcego ou balanços equivocados de vítimas fatais, identificado por agências especializadas como falso.
Em Hong Kong, Phoebe, uma médica de 40 anos, afirma estar consternada com as mensagens recebidas nos últimos dias no grupo formado por sua família no Whatsapp.
“Vi uma informação que aconselhava o uso de secador para desinfectar o rosto e as mãos. Ou beber água quente a 60 graus para não ficar doente”, conta à AFP a profissional da área da saúde, que prefere não revelar o sobrenome.
Como médica, ela sabe naturalmente que nenhum destes procedimentos é eficaz e que podem inclusive ser perigosos, o que a levou a alertar os parentes.
Mas quantas mensagens deste tipo são espalhadas atualmente na internet ou em aplicativos de mensagem?
Desde o anúncio, no início de janeiro, do surgimento do novo coronavírus na cidade chinesa de Wuhan, as falsas informações invadiram a rede.
Cristina Tardáguila, do Poynter Institute, afirma que mais de 50 organizações que realizam “fact-checking” em 3 países registraram “três ondas” de informações falsas.
“Uma sobre as origens do vírus, outra sobre uma falsa patente de medicamentos e uma terceira sobre a forma de prevenir ou curar”, explica à AFP.
Estereótipos racistas
Os jornalistas responsáveis pelo “fact-check” na AFP detectaram várias informações falsas. Uma delas, que circulou no Sri Lanka, afirmava que os 11 milhões de habitantes de Wuhan iriam morrer.
Outra alegava que vários produtos alimentícios e localidades australianas seriam contaminados pelo novo coronavírus ou que uma solução salina permite evitar o contágio.
Algumas informações alimentam preconceitos sobre hábitos alimentares ou propagam estereótipos racistas. Um vídeo, que viralizou, mostra uma mulher comendo um morcego com hashi.
(Texto: Danilo Galvão com notícia da AFP)