Os destaques foram para a exportação de soja, celulose e açúcar
As exportações de Mato Grosso do Sul no período de janeiro a setembro de 2020 somam US$ 4,634 bilhões, valor 14,27% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
De acordo com o Carta de Conjuntura do Setor Externo do mês de junho divulgada nesta terça-feira (7), o desempenho é impulsionado pelas operações de soja, decorrente dos preços em dólar no mercado internacional e a desvalorização da moeda brasileira.
Esse resultado fez com que o superávit na balança comercial sul-mato-grossense já alcance os US$ 3,214 bilhões, alta de 35,59% em relação aos nove primeiros meses de 2019.
“A soja impulsionou as exportações de Mato Grosso do Sul, com alta de 62,17%. Já a celulose, mesmo tendo apresentado queda de 13,95% em termos de valor, registrou uma alta de 9,6% no volume de produtos exportados. A carne bovina registra estabilidade e as carnes de aves cresceram 12,46%. Importante destacar o desempenho dos óleos e gorduras vegetais e animais, com alta de 140,37% e do açúcar, com mais de 258,15% de crescimento em relação ao ano passado, período em que houve problema no mercado internacional, mas agora tivemos essa recuperação. Outro produto que vem expandindo é o ferro-gusa e ferro-ligas, com alta de 355,19%”, comentou o secretário Jaime Verruck.
De acordo com o titular da Semagro, os números das exportações mostram a dinâmica e a competitividade do agronegócio sul-mato-grossense.
“As vendas externas em setembro chegaram aos US$ 4,634 bilhões e tivemos um incremento de 35% no superávit em relação ao ano passado”, afirmou. O principal destino das exportações continua sendo a China com 49,14% de participação (alta de 32,87% em relação a 2019) enquanto no aspecto regional o principal município exportador foi Três Lagoas, com 41,54% de participação nas exportações estaduais.
Jaime Verruck também destacou os pontos positivos e negativos da variação cambial no incremento do desempenho da balança comercial para o país e para Mato Grosso do Sul.
“A média de fechamento de câmbio no mês de setembro foi de R$ 5,39, uma variação cambial 31% em relação ao ano passado, percentual que coloca o Brasil como um dos países de maior desvalorização de sua moeda”, afirmou.
O secretário ponderou que “essa desvalorização da moeda tem favorecido as exportações brasileiras e sul-mato-grossenses, mas é preocupante, pois o ideal é que tenhamos uma taxa de câmbio com equilíbrio. Uma taxa elevada e com grandes volumes exportados também cria um processo de inflação interno, que é o que já estamos observando em alguns supermercados em função da não disponibilidade de produtos e, consequentemente, encarecimento de preços. O dólar alto é positivo para o agronegócio e a balança comercial brasileira, mas ainda é necessário ajuste. Essa taxa de câmbio está muito ligada à capacidade do governo em cumprir teto de gastos, de fazer uma estabilidade econômica, que é a busca da equipe do governo federal”, finalizou.