Com uma população estimada em mais de 2 milhões de pessoas, Mato Grosso do Sul teve um acréscimo na expectativa de vida, em média, de três anos, se comparada com os mesmos dados de 2010. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2010 a expectativa de vida era de 73,80 anos, ao passo que para 2019 o índice chegou aos 76,53 anos. Os dados apontam ainda que existe uma discrepância entre a expectativa de vida entre homens e mulheres. As mulheres chegam, em média, a viver 79,94 anos ao passo que os homens vivem 72,88 anos. Nos dados por gênero, em relação a 2010, homens e mulheres tiveram um aumento na expectativa de vida de dois anos. Segundo a supervisora de divulgação do IBGE-MS, Elenice Cristaldo Cano, a mudança de comportamento na sociedade favoreceu a nova expectativa de vida.
Conforme o levantamento do IBGE, a expectativa de vida da população do Estado está próximo da média registrada no país, que é de 76,50 anos. Em questão de população total de idosos no Estado, que é acima dos 60, os homens chegam a 1,91% ao passo que as mulheres representam 2,09% dos sul- -mato-grossenses. A supervisora de divulgação do instituto explica que esse novo índice foi alcançado graças à conscientização das pessoas sobre sua saúde. “É uma tendência nacional a expectativa de vida. As pessoas estão cuidando mais de sua saúde. É decorrente dessa mudança da sociedade, isso reflete na sua expectativa de vida”, disse.
A população do Estado segue a tendência nacional em relação ao envelhecimento da população. O grupo jovem, que contempla crianças e adolescentes até os 14 anos, teve redução em relação aos dados de 2010. Já a população acima dos 65 aumentou. Elenice destaca a redução na taxa de fecundidade, um reflexo do novo papel da mulher na sociedade, muito diferente do que era o padrão no passado, quando elas ficavam em casa. Atualmente, as mulheres estão se inserindo mais no mercado de trabalho, e adiando ter filhos. “As mulheres estão tendo menos filhos do que nas décadas anteriores. Por exemplo, se a gente observar a década de 1970, a média era em torno de quatro filhos por mulher. Hoje, essa média está abaixo de dois filhos”, explica.
Justamente por essa diferença de comportamento, a população do Estado está aumentando vagarosamente, assim como no país. Em nível nacional, o IBGE já estima a partir de quando deve começar a ter uma redução da população. “Está desacelerando [o crescimento]. Vai chegar a um ponto que, em vez de aumentar, a população brasileira vai começar a diminuir. Pela projeção, em 2048, a população brasileira vai começar a diminuir”, conta a supervisora. Esse tipo de situação já é observado em alguns países europeus, em que a população mais madura é maioria, reduzindo a população ativa no país. (Texto: Raiane Carneiro)