ESTILO: Criador de moda confecciona roupas que dançam

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Se suas roupas dançassem você estranharia? Bem, as criações de Edson Clair, 57 anos, criador de moda da marca FNK e idealizador do grupo de dança Funk-Se, dançam. Para ele, suas roupas inspiram as pessoas a dançar. Sua coleção street wear está prestes a ganhar os primeiros passos com o público por meio da Fashion Dance Phygital. Aliás, o projeto foi selecionado no Edital Morena Cultura e Cidadania Lei Aldir Blanc da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e em breve vai ao ar.

Neste período de pandemia, o artista esteve parado com todas suas atividades, mas pela primeira vez não tirou dinheiro do bolso para bancar sua coleção. O evento é como ele mesmo reúne moda e dança. Agora está na fase de pós-produção e logo menos acontece o lançamento. De acordo, com Edson Clair o nome é uma mistura de físico (Physical em inglês) com digital.  Seu casting de “modelos” para o projeto de moda e dança  foi focado na diversidade com negros, criança, idoso, orientais, etc.

Edson Clair vai além do vestir a dança com susa coleções chegando ao sentir que é igual a liberdade. “Minha roupa inspira, permite e dá movimento, mas não é só para as pessoas dançarem ou para quem dança, é para quem curte essa coisa mais descolada que permite o corpo respirar. São roupas mais largas e coloridas. Neste periodo estamos precisando colorir a vida”, reflete. 

assista um spoiler:

expressão pessoal

O criador de moda conta que antigamente fazia suas coleções  juntando as moedinhas. “ Agora com investimento tive tempo de fazer com calma, como eu exatamente queria e realizar o que estava em mente. Antes era o que dava, desta vez não”, revela.  Para o estilista das roupas que dançam, não há mais a ditadura da moda.

“Moda para mim é liberdade e expressão pessoal. É muito legal que hoje você tem muita opção. Não tem mais a ditadura da moda. Ela é muito democrática. Você escolhe o que usar. Você faz a sua moda. A internet foi muito responsável. Mas, lógico que existem tendências, senão o mercado não conseguiria se organizar em relação a lançamentos, mas elas são muito amplas. São grandes leques. Não existem mais in e out. Usa-se roupas sem sermos julgados sem estarmos incorrendo em erro”, avalia Edson Clair.

O estilista também utiliza o Upcycling (moda reutilizável). Uma parcela da suas coleção foi confeccionada com sobras de figurinos de apresentações e espetáculo. “Fiz bolsas destas de pano, de jogador de futebol e fizemos também jaquetas”, destaca. Ele lembra que há uma variação da street wear surgindo, a Urban Wear que segue o mesmo conceito. “Também é roupa para você dançar, sair para balada e trabalhar. É uma roupa tranquila. Uma coringa. para pessoa que está no trabalho vai na academia e depois  pro barzinho”, explica.

Dois em um

“Minha vida inteira sempre fiquei dividido. Sempre gostei muito de desenhar roupas. Desde criança e  adolesncente. Nesta mesma época comecei a dançar. Sempre dancei muito. Era o dançarino das festas de família. Dançava polca paraguaia com as tias. Uma vez dancei a noite toda até com o pé engessado. Ao mesmo tempo desenhava. Uma vez fui com uma amiga em uma feira têxtil quando morava em São Paulo. Ela olhou para mim e para a feira e perguntou se era o que eu queria. Disse  também porque também queria dançar”, contou Edson Clair. 

Ele começou a dançar profissionalmente aos 14 anos e aos 18 iniciava o curso de designer de moda. Mas, nos últimos anos foi a dança que esteve mais em evidência. O Funk-se está completando 25 anos este ano. “Então, nos últimos anos foi mais forte, mas sempre namorei com a moda, às vezes mais intenso, às vezes mais abafadinho. Mas gosto muito. Falo que sou viciado em tecido. No começo da minha carreira trabalhei como estilista em loja de tecido desenhando os modelos de tecidos. Ambas as artes estão muito presentes na minha vida e neste fashion dance consegui unir as duas coisas”, revelou o artista.

Planos para o futuro próximo

Vem aí Minhas Pinceladas Dançam que está aprovado pelo FMIC desde o ano passado. “É onde vamos estudar e investigar o artista plástico Humberto Espíndola. Uma vez conversávamos quando ele  disse: ‘sabia que danço. Minhas pinceladas dançam’. Ele disse que começava a dançar e pintar”, diz Edson Clair. 

Outra adaptação que fará será do público. Para evitar aglomeração, o artista vai começar a chamar grupos de dez pessoas para conhecer a coleção e vende.  “Parte das vendas quero transformar em cestas básicas para levar para uma comunidade no Noroeste. Estamos precisando ajudar os mais necessitados”, explicou..

No momento ele orienta seus alunos a se se jogarem nos editais como do Aldir Blanc, mas de restante nada tem feito. Por que tem pessoas no grupo que são de risco. Às vezes passo tarefas online para não ficarem sem dançar. Mas estamos no momento de espera. Estou esperando ser vacinado para aos poucos voltarmos à atividade normal”, confessa.

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