Estação de pré-embarque vira moradia para usuários de drogas na Avenida Gunter Hans

obra gunter hans
Foto: Nilson FIgueiredo

Obras paradas desde 2021 acumulam lixo, matagal e imposto público jogado fora, segundo moradores 

Parado desde 2021 corredor exclusivo para o transporte coletivo na Avenida Gunter Hans virou abrigo para moradores em situação de rua em Campo Grande. O corredor tem pouco mais de dois quilômetros de extensão e faz parte de um pacote de implantação de corredores exclusivos da Capital. A ideia é dar agilidade ao transporte público.

A reportagem do jornal O Estado foi ouvir as inúmeras reclamações de moradores e comerciantes da avenida, além do matagal que tomou conta, usuários de droga se apossaram do local fazendo espécie de moradia. Em um dos pontos um morador em situação de rua improvisou uma cabana e mora no local com um cachorro. Já em outro ponto um buraco foi cavado e virou depósito de lixo.

Para “maquiar” a obra parada, equipes da prefeitura passaram pelo local pintando cerca de mil metros e colocando algumas placas de sinalização, que segundo moradores não resolve o problema, pois a via ficou estreita e a sinalização é precária.

A comerciante Zuleide de Paula comentou sobre os inúmeros problemas com as obras paradas na Avenida Gunter Hans. “É só chover que o entulho vem parar aqui em frente ao meu comércio e desde o começo é assim, o mato tomou conta e já passou os pilares. Se parar e analisar todos os dias são registrados acidentes aqui, a rua ficou estreita e defeituosa já morreu gente e vai morrer mais”, explicou.

A diarista Sandra Alves, enfrenta todos os dias o perigo de ser atropelada e precisar esperar até meia hora para conseguir atravessar a avenida e pegar ônibus para ir trabalhar, pois no local não tem faixa de pedestre. “Essa obra é uma vergonha com nosso dinheiro, nossos impostos estão parados e atrapalhando o local. Aqui era uma via rápida, olha hoje um local que acumula acidentes, mortes, usuários de drogas morando em meio ao ponto”, explicou.

As obras na Gunter Hans foram orçadas em R$ 13 milhões, sendo que pouco mais de R$ 7 milhões já haviam sido repassados com o prazo de conclusão em 21 meses. Em 2023 a empreiteira abandonou as obras com 55% de conclusão.

Segundo a prefeitura, a obra será relicitada neste ano e a proposta do corredor de ônibus é melhorar o fluxo do trânsito, especificamente a partir do início da Rua Brilhante, passando pela Gunter Hans e finalizando na saída para Sidrolândia.

Projeto

De acordo com o levantamento do jornal O Estado, os trabalhos do que seria o novo corredor de transporte coletivo de Campo Grande começaram em 2017, ainda na gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad. No entanto, o projeto é de 2011, quando a Prefeitura de Campo Grande adquiriu R$ 180 milhões, por meio do PAC Mobilidade Urbana.

Do valor total, R$ 20 milhões seriam assegurados para construção de cinco terminais, R$ 110 milhões para a construção de 68,4 quilômetros de corredores de transporte coletivo. R$ 4,5 milhões para modernização do sistema de controle eletrônico, R$ 40,3 milhões para intervenções viárias e R$ 6 milhões para estações de pré-embarque. pelo PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento) Mobilidade Urbana, que aprovou cerca de R$ 110 milhões, para a construção tanto dos corredores quanto dos terminais de ônibus.

Por Thays Schneider

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